quinta-feira, novembro 02, 2006

RESPEITO X LEI DE GÉRSON




Entristece saber que o Brasil vive sobre a lei de Gérson, formulada nos anos 70 quando o protagonista de um comercial de cigarros, o tal Gérson, jogador de futebol, bradava em alto e bom som: "Você gosta de levar vantagem em tudo. Certo ?" Virou bordão. Frequentemente usado no sentido negativo para nomear alguém que aproveita-se de todas as situações em benefício próprio, sem importar-se com a ética e a moral.
Infelizmente nossos políticos não costumam seguir leis, apenas as que os convêm, na dobradinha política do governar/usurpar. Mas essa lei parece expandir-se alem do território político, contaminando muitos comportamentos humanos cotidianos. Não só o político, mas também o cidadão comum se vale dela. Tal lei em tempos politicamente corretos, segue acompanhada de justificativa, se "aprimorou" e já vem com defesa própria, o conceito jurídico de dolo: Não existem culpados já que a intenção nunca é causar alguma espécie de dolo (mal) ao outro. Se não tive intenção não tenho culpa (isso me lembra a frase: se não lembro não aconteceu...). A conclusão é: Os indivíduos em questão nunca querem prejudicar o outro, apenas beneficiar-se...
Faz sentido entender porque a hipocrisia domina.
Como vivemos em sociedade e o mundo parece cada vez menor tanto pelo aumento da população quanto pela própria internet que aproxima rapidamente pessoas que talvez nunca se encontrariam na vida "real". Fica fácil nos esbarrarmos, e mais fácil ainda ultrapassar a linha tênue que existe entre meu beneficio e o seu prejuízo.
Acredito sinceramente que muitos comportamentos que causam dolo a terceiros, não foram motivados por um desejo efetivo de causar mal, mas não existia um efeito de previsibilidade do resultado ?
Será que vale a lei da ocasião faz o ladrão ? Não acredito que a situação faça o ladrão, apenas faz com que ele se manifeste.
Não o constrói, apenas o revela.
Tanto o político que "desvia" para si recursos financeiros destinado ao setor da saúde, quanto o "cidadão comum", homem ou mulher que se vale do afeto e do gostar do outro, para usa-lo como um objeto descartável, tem consciência do que estão fazendo.
E o pior, aceitam faze-lo mesmo assim...
Em tempos de eleição colocamos nossa lente de aumento no comportamento dos políticos "Gérsons", mas dada a distancia que geralmente mantemos do nos mesmos esquecemos de virar essa mesma lente em nossa própria direção, para honestamente observarmos o quanto e em que circunstancias não somos nós mesmos os próprios "Gérsons"...
Texto: Valéria Lemos Palazzo

terça-feira, outubro 17, 2006

CARENTES E NARCISISTAS

Muito tempo já se passou entre o lago onde Narciso admirava a própria imagem, aqui retratado pelo pintor inglês neoclássico John William Waterhouse. E os "lagos" onde os Narcisos contemporanêos se miram atualmente, como o site de relacionamentos criado por Orkut Buyukkokten, um analista de sistemas turco.



O atual narcisista está muito distante do seu clássico ancestral mito grego. Já não se contenta em fitar e admirar sua própria imagem em um lago... Estamos em um novo tempo e os lagos onde nos espelhamos são outros.
Dispomos hoje de toda tecnologia para nos refletimos em sites, blogs, álbuns virtuais de fotos, videoblogs...
Meios onde não só a própria imagem, mas vidas inteiras são rapidamente distribuídas e disponibilizadas não só para o deleite pessoal do narcisista, mas também para a “apreciação” de milhares de pessoas: o verdadeiro “sonho” de narciso...
Bastava ao primitivo narciso sua própria admiração. Cabe ao atual narciso o desejo de buscar a admiração de muitos.
Na contramão dos narcisos existem os carentes. Tão distantes da própria imagem que preferem e precisam adular e reverenciar a do outro.

Ele (Ela) é narcisista demais. Não dá para se relacionar com alguém assim... Essa justificativa todo mundo já ouviu. Afinal os narcisistas não se relacionam a não ser com eles mesmos. Mas e os carentes? Aqueles que vivem repetindo que o eu mais gostariam era “ter alguém para...”.
Será que carentes e narcisistas não teriam nada em comum?
O narcisista pensamos não tem nada para dar.
E o carente tem?
Sabe-se que só podemos dar aquilo que temos, e o carente não tem, ou melhor, não percebe que tem, por isso busca desesperadamente o do outro.

O carente quer, quer, quer...
Ambos têm algo em comum, são duas veias que alimentam o mesmo “tumor” afetivo: a cegueira do outro. O narcisista só consegue enxergar a si mesmo, por isso narciso se apaixonou pela própria imagem. E os carentes querem tanto enxergar alguém que qualquer um que receba a atenção e o olhar dos outros, é visto como maravilhoso.
Com isso ele não distingue quem é quem. Assim como o narcisista ele não vê o outro. Ambos permanecem cegos para a afetividade.
O carente sofre de uma espécie de cegueira seletiva, porque consegue ver no outro justamente aquilo que não é capaz de enxergar em si mesmo.

Quem manda em quem? Quem aprisiona quem?
O narcisista, objeto de desejo do carente, ou o carente, dono dos aplausos do narcisista?
Mas não será o carente uma espécie de narcisista?
Oscar Wild pode responder quando escreve:
“Quando Narciso morreu, o lago do seu prazer transformou-se, de um lago de águas doces para um cântaro de lágrimas salgadas. Vieram então as Oréiades, Deusas do bosque, chorando por entre as plantas até que pudessem cantar para o lago e dar-lhe conforto. Elas falaram ao lago: “Nós não nos espantamos que esteja de luto dessa maneira por Narciso”. Tão bonito era ele!". "Mas era Narciso Bonito?" disse o lago. "Quem melhor que você saberia disso?" responderam. "Ele nos ignorava, mas você ele procurava, deitava-se nas suas margens olhando para ti, e no espelho das suas águas admirava sua própria beleza". E o lago respondeu: "Mas eu amava Narciso, pois, quando ele deitava a minha margem e olhava para mim, no espelho de seus olhos eu sempre via a minha própria beleza refletida.”.
Tão cegos os carente que necessitam dos olhos do outro para poderem enxergar a si mesmos...
Tão carentes os narcisistas contemporâneos que precisam se espelhar no olhar do outro para poderem admirar a si mesmos...
Texto: Valéria Lemos Palazzo

sábado, setembro 30, 2006

LIBERDADE



LIBERDADE
Você é livre?
Quando pensamos nessa pergunta podemos nos remeter a várias situações que nos darão diferentes respostas: ser livre é poder se sustentar financeiramente, e não depender de ninguém; ou ter mais de 18 ou de 21 anos, e poder fazer o que “quiser”; ou ser solteiro; viver em uma democracia, etc... Todas estas respostas, porem, estão relacionando a liberdade a uma condição física e/ou material. E, nunca, mental. Porem a “verdadeira” liberdade é um estado mental interior. O “sentimento de”; “a postura de”.
Você pode ser uma pessoa livre. Embora, frequentemente não se sinta assim; porque fisicamente, você pode até ter a liberdade de “ir e vir”. Porem, mentalmente, você tem uma serie de idéias de limite, prisão e pequenez; que te restringem. Potencialmente você poderia estar livre agora. Mas, isto envolveria “escolher” outros modos de “ver” e “ler” a vida. Por isso você precisa aprender a dominar as suas idéias/crenças, ou elas te dominarão. A pessoa “livre” é aquela que tem “poder de si”. E, quanto mais poder você tem sobre si mesmo, menos dominável (dominado não é “livre”) você será.
Perceba como agora, a sua “cabeça” te domina. Como o “de fora” te afeta. Somos um “reflexo” do exterior, ao invés de “refletimos” a nós mesmos.
O homem tem meios extraordinários de escolha sobre a própria vida. Você é uma individualidade, e por isso, precisa procurar o que “funciona” para você. Quando se fala em maturidade, estamos falando do processo de depuração dos seus potenciais e condições exteriores.
Você “cultiva” uma serie de “práticas mentais” que só te aprisionam. Uma delas é a “preocupação”, você “cultiva” preocupação, como sendo algo útil. E, confunde preocupação com responsabilidade. Você se pré-ocupa, o que quer dizer que se “ocupa” de algo que ainda nem aconteceu. E, talvez nem venha a acontecer.
Este comportamento leva a uma ansiedade constante e torturante. Você também “produz” preocupações, quando por exemplo, “vê” problema em tudo.
Tudo é problema e dificuldade. Muitas vezes, quando você vai dormir,a ultima coisa que faz, é se “despedir do seu problema”; e, a primeira ao acordar, é dar “bom dia para ele”. Você não “vive” sem um problema. Você escolhe sempre olhar pelo “pior ângulo” E, com esta atitude você não cria “facilidades” para si mesmo, fica descontente com você, com a vida, e com os outros. Você só “perde”. Não percebe que este comportamento só te faz sofrer. Não percebe que pode “olhar” por outro ângulo, não “articula”, não “flexiona”. Adota uma “visão rígida”. E, por isso você não é livre. Não adianta ter liberdade, se você não a exercer. E, para exercer esta liberdade você não depende de ninguém, não precisa pedir “permissão”. É você que pode escolher ver as coisas por um ângulo que será melhor para você. E você não só pode fazer isso; como deve. Escolha um outro modo de ver, que te de alegria, que te deixe mais feliz. Se mudar isso vai ter um resultado melhor na vida. A melhora da sua vida está nas suas mãos.
Mas, para isso você precisa “mudar”. E, talvez você tenha uma dificuldade em aceitar as mudanças. Para que mudar? Pode estar tudo muito “ruim” e sofrido. Mas, ao “menos” esse “ruim”, você já conhece. Mudar “de repente” nem pensar... Sem “prévias”, não! Você precisa ser “preparado” para as mudanças. Você não aceita mudanças em você, e, muito menos nos outros. Você é um resistente. Mas, mesmo que você não “aceite”. TUDO ESTA MUDANDO.
Nada é como foi. Nada do seu passado conta. Tudo já “desapareceu”. Você não é mais o mesmo; “desapareceu”. Você tem a sensação de ser o mesmo, mas, muita coisa já mudou. Agora mesmo, você já é uma pessoa “diferente” daquela que começou a ler este texto. Células do seu corpo já se “trocaram”; “pedaços mortos” da sua pele já se desprenderam. NADA, nem no seu corpo, nem na sua mente, nem mesmo o seu “estado de espírito” esta igual. TUDO JÁ MUDOU. Mas, na sua “cabeça” você “inventa” que não. E diz: “Ainda sou o mesmo”. Você pode estar preso a um passado. Mas, nada daquele passado, nem você, é mais o mesmo agora. Tudo mudou, mas você não quer dizer “adeus”. E, até é capaz de dizer: “Porque fui no passado, serei sempre”. “Se cometi um erro, serei aquele que fez o erro”. Por isso você não se “perdoa”. Por isso você leva “marcas” com você. Ou, se foi algo que fizeram com você, aquilo fica mais tempo ainda. Você “põe” para si, o que o “outro” fez. Mas, tudo isso, não existe mais. Você cria essa realidade para você.
Você se “prende”.
Ninguém te “prende”.
A vida sempre se renova, mas você se prende na ilusão de estar “parado” e não acompanha as mudanças. Isto é falta de “percepção”. É um “desarranjo” sofrido, que causa uma sensação de tédio da vida.
Você fica “amortecido” para a vida. E viver “amortecido”, é viver “como morto”.
Mas, todos estes sentimentos são resultado das suas crenças (sua maneira de “ver”). Se você se permitir “ver” diferente, tudo muda.
Mudar, se renovar, não é trocar a cor do cabelo, mudar de casa, fazer uma plástica, ou alterar o seu estado civil. Todas estas mudanças podem “melhorar” a sua vida, em termos, mas você pode continuar “igual”. Mudar é se transformar internamente, “ver” diferente, e, portanto, reagir diferente.
Vamos parar esta primeira parte do texto aqui. Porque eu gostaria que você pensasse um pouco na sua liberdade.
Que liberdade você está ou não se dando?
Texto: Valéria Lemos Palazzo

sábado, setembro 02, 2006

AMORES, MEMÓRIAS E PEIXINHOS DOURADOS


AMORES, MEMÓRIAS E PEIXINHOS DOURADOS

Texto: Valéria Lemos Palazzo


“A memória de um peixinho dourado dura só três segundos. Então, depois de uma volta pelo aquário, tudo é novidade. Cada vez que dois peixinhos se vêem, é como se fosse à primeira vez”. Citação do Filme “The Goldfish Memories”


Três segundos é o tempo que dura à memória de um peixinho dourado de aquário como se fosse um HD virtual de alta rotatividade. Já a nossa pode ser comparada a um HD de altíssima capacidade. Fazendo com que nos lembremos até das primeiras lembranças da infância.
São essas memórias que fazem de nos o que somos. Tanto que “perder a memória”, é perder-se de si mesmo.
São minhas memórias que fazem de mim quem sou.
Porem diante dos nossos afetos e amores, nossa memória tem a capacidade, embora nem todas a usem, de ser muito semelhante aquela do peixinho dourado; que acaba servindo de metáfora para os vários encontros e desencontros, perdas e ganhos que vamos tendo pela vida.
Cada vez que nos apaixonamos é como se fosse à primeira vez, como se as boas e – por que não? – más lembranças de um antigo amor pudessem ser cicatrizadas e esquecidas rapidamente. Um amor desencontrado pode ter vida longa ou curta, porem geralmente vive em nos somente até que outro apareça e rapidamente o desaloje do nosso coração.
Daí o sábio e popular conselho: “Para esquecer um amor nada melhor do que um novo amor”.
Diante do novo alguns terão uma memória de peixinho dourado, para este tudo será novidade.
Para outros porem, um antigo amor se transforma em deserto na geografia da memória. Algo tão árido e difícil de ser superado que muitos têm como sonho realizar tratamento semelhante ao do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, onde as memórias do amor são subitamente apagadas da memória.
Afinal quem já não quis esquecer alguém do dia para noite?
Então podemos ser como os peixes dourados: e cada novo relacionamento será tão intenso quanto o anterior.
Mas será que deixamos tudo para trás com tanta rapidez assim? Algumas paixões nunca são esquecidas, por mais voltas que insistamos em dar pelo aquário.
E mesmo encontrando novos peixes sempre existirão aqueles que serão eternamente mais dourados que os outros. Talvez mesmo o que os torne assim seja a ausência, já que agora nadam por outros aquários. E justamente é a distância, a "não presença", que torna mais dourados estes peixes, que mesmo por breves momentos ocuparam nosso aquario e nadaram por nossas aguas.

sexta-feira, julho 07, 2006

INVERNO COM TOQUE DE PRIMAVERA


quarta-feira, julho 05, 2006

ASSIM COMO NOS FILMES



ASSIM COMO NOS FILMES


Quando se fala em filmes, logo nos lembramos dos excessos das fantasias e dos exageros, comum a todos eles. Daí a frase comumente usada: “Só mesmo em filme”. Porem até mesmo os filmes tem alguma coisa para nos ensinar. Existe algo comum em todos eles que pode servir de exemplo para a vida “real”.
Você já parou para pensar que na grande maioria dos filmes, todo tipo de angustia, problema e questionamento que os personagens apresentem é rapidamente resolvido? E caso isto demore muito, acabamos por achar o filme “bom” mas arrastado demais.
É claro que tudo precisa ser resolvido rapidamente porque o filme tem a duração de 2, 3 horas. Isto é, existe um tempo limite, um prazo, para que tudo se “resolva”. O que nos esquecemos é que na nossa vida, assim como nos filmes também temos um tempo limite.
Você já se deu conta de quanta coisa, agora, na sua vida esta se “arrastando” como em um filme chato e entediante? Quantos dos seus problemas estão há meses, anos e até décadas lhe atormentando? Caso sua vida fosse um filme, muitos já teriam deixado de te assistir. Nos filmes tudo tem que se resolver em 2 horas, simplesmente porque não há mais tempo disponível para que a historia se desenlace. Mas também na vida, diferente do que fantasiamos e supomos, nosso tempo também é limitado.
Você não tem a vida “toda” para resolver os seus problemas. Até mesmo porque este conceito de “vida toda” tem um limite. Vida toda não significa “tempo infinito”. Claro que sempre ouvimos frases como “sempre é tempo”, “nunca é tarde na vida para...”. Podemos concordar com elas, porem apenas em parte. Se uma criança não brinca e só estuda, não adianta imaginar que ela tem a vida inteira para brincar, porque a fase da brincadeira é a infância. Como adultos podemos nos dar o luxo de nos tornamos crianças em certos momentos e brincarmos como elas, mas estes serão apenas isso, momentos. Não somos mais crianças, e exatamente pro isso, as brincadeiras não terão o “mesmo sabor”. Fazer uma viagem que tanto se sonhou quando estiver aposentado, pode ser bom, mas porque, se for possível, adia-la por tanto tempo, e não vive-la agora?
Quantas coisas você não faz, não resolve na sua vida...São pedras no seu “sapato”, elas te incomodam, doem, mas você repete para si mesma: “preciso resolver isso”, mas não resolve.
Você pensava que tinha a vida toda não é?
Pois agora acredite, a sua vida é como um filme, tem limite de tempo, por isso assim como os heróis e heroínas dos filmes. Afinal é por isso que gostamos e torcemos por eles, comece a VIVER. Tenha coragem de encarar seus problemas e limitações desde já. Seja assim com eles, corajoso. Não espere a vida acontecer. Faça acontecer. Seja o diretor do seu filme.
Os personagens, aqueles de que gostamos e com os quais mais nos identificamos (porque gostaríamos de ser/agir como eles) também apresentam uma outra característica comum. Eles sempre aproveitam TODAS as oportunidades que se apresentam. E você será que não “sub aproveita” as oportunidades que a vida já deu, e vem dando para você?
Estes personagens são como alquimistas que usam as suas capacidades para transformar metais em ouro. Nos muitas vezes fazemos exatamente o contrario, porque deixamos que oportunidades favoráveis, e situações inspiradoras se transformem em pó.
Quantas pessoas estão insatisfeitas com alguns, ou muitos, aspectos da sua vida, mas mesmo assim, permanecem imutáveis. Continuam adiando a tomada de decisões, de mudanças que trariam uma vida muito melhor. Um filme que nos daria muito prazer de assistir.
Quantas promessas de mudanças você já se fez e não conseguiu cumprir?
A vida é preciosa demais. A sua vida é preciosa demais.
Faça a sua vida valer a pena. Não tenha medo de tomar as decisões necessárias. Seja firme, constante e responsável o suficiente com você para implementar e manter a s mudanças necessárias para te fazer feliz.
Afinal você nunca sabe quanto o seu filme vai durar...

Texto: Valéria Lemos Palazzo

sexta-feira, junho 30, 2006

No creo en las brujas, pero que las hay, las hay...



No creo en las brujas, pero que las hay, las hay...




NÃO FAÇAS CHORAR UMA MULHER



NÃO FAÇAS CHORAR UMA MULHER...
"Não faças chorar uma mulher, pois Deus conta todas as suas lágrimas. A mulher fez-se da costela do homem, não dos pés para ser espezinhada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e perto do coração para ser amada."

Talmude

A VERDADE E A PARÁBOLA

A VERDADE E A PARÁBOLA

Perguntaram uma vez ao Dubner Maggid: “Porque razão têm as parábolas um efeito tão grande nas pessoas?” Ao que o pregador respondeu: “Posso explicar contando uma parábola.”E foi esta a parábola que contou;Há muitos, muitos anos, a Verdade caminhava pelas ruas, nua como no dia em que nasceu. O povo recusava deixa-la entrar nas suas casas naquele estado. Qualquer pessoa com quem ela se cruzasse fugia a sete pés. Vagueava a Verdade com grande tristeza quando um dia se cruzou com a Parábola, que se vestia com roupas de esplêndidas cores. A Parábola perguntou-lhe: “Diz-me amiga, o que te faz andar tão triste?” Ao que a Verdade respondeu: “É terrível, minha irmã. Sou muito velha e por isso ninguém me liga.”“Não é por causa da tua idade que as gentes não gostam de ti. Eu também sou velha, mas quantos mais anos passam mais as pessoas me apreciam. Deixa-me dizer-te um segredo: o povo gosta de adornos e encobrimento. Vou emprestar-te algumas das minhas roupas e verás como o povo também vai gostar de ti.”E assim foi. A Verdade seguiu o conselho e vestiu as roupas da Parábola. Desde esse dia, a Verdade e a Parábola passaram a andar sempre juntas e o povo gosta das duas.
Rabino Yakov Krantz (1740-1804), conhecido como “o Pregador de Dubno” (Dubner Maggid), Ucrânia.in Jewish Preaching 1200-1800, Marc Saperstein, Yale University Press, 1989.

domingo, junho 04, 2006

Existe aquele que "diz" ser amigo, embora não haja desta forma.
Para tal "espécime" humano, as seguintes frases:

"Um amigo insincero e mau é mais temível que um animal selvagem; a fera pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo pode lhe ferir a mente. "
Sakyamuni


"O Homem é o único animal que pode permanecer, em termos amigáveis, ao lado das vitimas que pretende engolir, antes de engoli-las."
S. Butler

PROCURA-SE UM AMIGO

PROCURA-SE UM AMIGO
Vinicios de Moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja se primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grande chuvas e das recordações de infâcia.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amnigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

quinta-feira, junho 01, 2006

MEDO



O MEDO

Texto: Valéria Lemos Palazzo


A vida “É”, conforme se “vê”. William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”.
As situações, as pessoas, e as palavras, não “São”. Ao contrário, dependem de quem as vê. Dependem de você.
Ao olhar com medo, olhos medrosos “seguram”, porque são resistentes, eles inibem. Assim como uma cãibra, paralisam nossos gestos e sobrepõem nossas atitudes. Aumentam nossas inseguranças.
O medo é uma idéia “negativa” “alimentamos” como se fosse algo que prevenisse que o “pior” aconteça.
Medo não é precaução. Precaução é ter cuidados.
Olhos precavidos se “movimentam”. Tem “cuidado”, mas seguem em frente. Olhos de medo não. Eles seguram e reprimem, fazem com que fiquemos parados, paralisados.
Olhos de medo nos transformam em presidiários da insegurança, andando por toda a parte acorrentados, atados aos limites que eles nos impõem. Olhos seguros nos deixam livres, para passear sobre as coisas e as pessoas, nos integram a vida, e nos dão prazer.

Sempre ajustamos nossas ações e atitudes baseados naquilo que enxergamos. Sem atitudes a vida não “caminha”. Atitudes não existem no medo; por isso ele é cruel.
Um pássaro, que por medo dos predadores, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe na vida de um pássaro: a capacidade de voar.

Você diz que não tem medo, mas sim preocupação. Mas toda preocupação é um olhar medroso “disfarçado”. Porque ter cautela é uma coisa; a cautela é baseada em situações reais que vivemos no passado. Se você passou por alguma situação desagradável, na próxima vez, terá mais cuidados, que são a cautela. Mas medo não é cautela.
Teu medo não te protege de nada.
A gente fala: “ver para crer”. É verdade, os olhos confiantes são aqueles que se baseiam apenas no real. Não sofrem por antecipação.
Olhos medrosos acreditam sem ver, basta a idéia do que pode “vir a” acontecer para fazer com que você acione as suas defesas e se segure. Você fica até com raiva, não se conforma, mas não adianta; porque só um seu “lado quer”, o da vontade, do desejo. O outro, do medo, não.
O seu lado que “quer”, não consegue avançar sozinho, porque o outro, quer defender de algo, que para você é terrível. O que está “por trás” daquilo que você teme, o “terrível”, te segura.
Muitas vezes existe o medo do desconhecido e da mudança.
Mesmo o teu medo de “mudanças” não garante que tudo ficará como está. Tudo no mundo está, e sempre estará se transformando: Basta observar um grupo de amigos: Aquele amará aquela, aqueles se separarão, uns irão para longe, outros irão morrer de repente, uns vão ficar inimigos. Um trairá, outro fracassará. E de outro ninguém mais ouvirá falar...
Tudo se movimentando, mesmo que você tenha a ilusão de garantir que tudo fique como está, segurando-se no seu próprio olhar de medo.

Para vencer os medos tem que se “ir atrás deles”. Ficar ao nosso favor, não deixando os medos, nem as idéias catastróficas nos segurarem. Quando nos “garantimos” através da confiança, “vamos”...
No pior garantimos que nos daremos o melhor? Se é que esse “pior” acontecerá...
Se acontecer o que você teme,quando resolver “seguir em frente”, se os seus “medos” se realizarem, você “se apoiará”?
O que você fará por si?
Se “jogará” num canto, cairá em depressão, reclamará, sentirá raiva da vida e dos outros, ou pena de si mesmo?
Ou se garantirá, e se “levantará”. Assumindo o que deu “errado”, começando de novo, e fazendo o melhor por si?
Essa atitude faz toda a diferença, porque é ela que “dá a segurança”, a certeza que você pode “seguir em frente”. Não sem medo, mas apesar dele.
Pense em tudo na sua vida que poderia ter sido e não é por causa do seu medo?
Você já pensou que ele pode ser aquilo que te separa daquilo que você mais deseja?
Será que você olha o mundo, olha as coisas e não faz nada?
Como observou Rubem Alves:
“Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama”.



quarta-feira, maio 31, 2006

SOBRE FLEXIBILIDADE E BAMBUS



SOBRE FLEXIBILIDADE E BAMBUS
Texto: Valéria Lemos Palazzo


"Seja flexível como o bambu, que quando o vento bate cede, e não rígido como o carvalho, que quando o vento bate quebra."

As suas idéias e crenças dirigem sua vida. São elas que dão o enfoque nas coisas e pessoas. No entanto existe uma série de enfoques que podem nos levar na direção errada. Os mais comuns são: foco no problema, no passado e no futuro.
Começando pelo "foco no problema": Quanto mais você mantém o foco no problema, mais longe das soluções. O seu enfoque tem que ser na solução e não no problema. Lembre que tudo que você der importância vai aumentar. Então se você foca o problema ele tende a aumentar. Quando na verdade o que você quer que "aumente" são as soluções.
O Foco no "passado". Toda vez que você se "prende" com nostalgia ao passado, naquela "época da sua vida". Você esta dizendo para si mesmo que a "felicidade" estava ali. E só ali. Imagine que a sua felicidade estava ali, no seu passado, que "já foi". O que isto faz com você? Cria angustia porque se a "verdadeira" felicidade estava ali naquela época, ela não se repetirá isso significa que você não terá mais oportunidade de ser feliz, a não ser que "permaneça" naquela época.
Já o foco no "futuro" é baseado na expressão: "Quando...". Este tipo de comportamento é o responsável pela ansiedade, pelos medos e pelo pensamento catastrófico. Enquanto você insistir em manter este enfoque na sua vida vai permanecer "parada". Este tipo de conduta faz com que você "ensaie" a vida, mas não "viva" a vida.
O problema do enfoque "errado" é ficar "preso" a uma única visão, um modelo, um passado, uma fase da sua vida e/ou um único ponto de vista, e tudo que for diferente daquilo é visto como "ruim". Muitas vezes você acredita que você é o "errado". O "erro" está em você ou na sua vida, quando na verdade o que esta "errado" é o seu enfoque.
Porque você não muda os seus enfoques?
Por será que é tão difícil adotar novas posturas mesmo sabendo que seria o melhor para nós?
Porque mudar é "difícil", "mudar dói", "mudar é caminhar para o desconhecido". "Se aqui até que não está ‘mau’ porque preciso mudar?". Todas estas crenças estão presentes em quem tem dificuldade de mudar. E se as mudanças se mostrarem ameaçadora demais, você terá uma tendência em resistir. Pelo contrário, se forem vistas como benéficas, a resistência é menor e o processo decorre com maior facilidade. O tamanho da oposição será tanto maior quanto maior for a mudança proposta
Se você não mudar as idéias/crenças não irá mudar as coisas que estão acontecendo na sua vida em conseqüência delas.
Você é uma pessoa "original", repleta de soluções/crenças diferentes, desde que se permita usar um novo enfoque. O antigo precisa ser deixado (e isso dói) e o novo é algo a ser ainda alcançado (o que causa ansiedade).
O movimento de se "ampliar" (e crescer é "ampliar"), é o verdadeiro processo de evolução. Não fique preso em um único ponto de vista, uma época da sua vida. Ela é apenas o que a própria palavra diz uma época, uma fase, ela não é a sua vida.
A sua vida já teve, tem e terá muitas fases. As mudanças exigem de nós muita flexibilidade: durante as mudanças o velho e o novo convivem, o que cria confusão, instabilidades, novas prioridades, desestruturação. Quem já fez uma reforma em sua casa morando dentro dela sabe o que é isso. O estado de transição entre o velho que está indo embora e o novo que ainda não chegou costuma ser bastante perturbador. Nestes momentos a rigidez pode ser a sua característica mais prejudicial. A rigidez é a mais prejudicial característica do ser humano.
Você sabe qual é o conceito básico do judô?
"Ceder" para vencer. Esse conceito surgiu da observação da neve caindo nas arvores. Um sábio observou que a neve que caia nas arvores, ia se acumulando nos galhos rígidos até que o peso da neve fosse tanto que o galho rígido se quebrava. Por outro lado, ele percebeu que isto não acontecia com todas as arvores, havia espécies onde a neve se acumulava nos galhos, porem, por serem eles flexíveis, quando a neve "pesava", eles se "curvavam", a neve caia, e eles voltavam "inteiros" ao lugar.
Também existe um provérbio chinês que diz: "Quando o vento sopra o bambu cede". Ele nunca resiste; cede, dobra-se acompanhando o fluir natural do vento sem nunca se quebrar. O vento representa o ruim da vida, as más notícias, as rejeições, os relacionamentos casuais e vazios, os acontecimentos desagradáveis, as agressões externas, os problemas do cotidiano, enfim, toda forma de ação ou informação, e que de uma forma ou de outra, possam nos afetar e machucar. O bambu por sua vez, está associado à idéia da flexibilidade.
Porque então, você não "cede" a novos enfoques?
Muitas vezes você "quebra", por não ser flexível, por não adotar uma mudança de "foco", fica preso nos velhos padrões de comportamento, se apegando em velhas idéias, ao passado. Ou "esperando" o futuro. Isto não é ser funcional. Ser funcional é "ampliar". Ampliar o modo de agir, o modo de pensar, o modo de "ser".
Quanto mais enfoques diferentes você for capaz de adotar, sem permanecer em padrões rígidos, mais você se torna "perceptivo". O que faz com que você perceba a si mesmo.
Você só pode sentir aquilo que é percebido por você. O "mundo" só existe para você quando você o percebe. Se você se prende ao passado, ou "fantasia" o futuro, não é capaz de perceber o presente.
Você já ouviu alguém usar o termo "tapado" para se referir a uma pessoa que não é capaz de "perceber" certas coisas?
Aqui no Brasil também se chama de tapa o pano com que se vendam os olhos do burro pouco manso, para que se deixe arriar. O que não nos damos conta é que também colocamos uma "tapa", como se faz ao burro, para nos deixarmos ficar "arreados e mansos".
Também nos encontramos "tapados e fechados" para uma serie de situações na nossa vida. Vamos-nos deixando... "Tapando" a nossa consciência. E com isso atrofiamos uma serie de qualidades que existem em nos.
Permanecemos não totalmente "vivos" para a vida. Empobrecermos-nos de vida...

terça-feira, maio 30, 2006

SEJA COMO O DESERTO


SEJA COMO O DESERTO
Texto: Valéria Lemos Palazzo

Em geografia aprendemos que um deserto é uma forma de paisagem ou região arida e seca. Como conseqüência, os desertos têm a reputação de serem capazes de sustentar pouca vida.Por isso nossa imagem mental de deserto é um lugar onde nada cria raízes, nada cresce, tudo morre...Em uma série de filmes tivemos a oportunidade de ver vários personagens serem abandonados no deserto para que minguassem e morressem. O deserto é o fim...
A imagem oposta a de um deserto pode ser a de um jardim. Ele nos remete a idéia de vida. Vida que é cultivada cresce e floresce.
Na nossa vida temos pessoas, situações e sentimentos que gostaríamos que crescessem. Em contrapartida existem pessoas, situações e sentimentos que gostaríamos de fazer perecer... Porem muitas vezes cultivamos exatamente aquilo que gostaríamos que morresse...E não entendemos o por que disso...
Sabe o que a palavra "importar" significa?
Importar-se com algo é amarrá-lo em si (e não existe diferença se é algo "bom" ou "ruim")
In = para dentro
Porta = porto, cais, portal, etc.
Importância = trazer para dentro, amarar no porto, ancorar.
Quanto maior a importância, mais fixamos de forma expressiva o que cremos. Mais alimentamos a semente do que nos traz dor ou alegria.
O "crer" está ligado à importância. Do mar de idéias que passam pela nossa mente, com muitas das quais nos misturamos, acabamos sempre escolhendo alguma sobre a qual decidimos usar nosso poder de realidade, ou seja, dizer que aquilo é real. Em gramática psicológica, este poder está expresso no uso do verbo ser.
Isto é, isto não é.
Isto é um problema. Isto não é um problema.
Portanto, quando dizemos tal coisa è, estamos fazendo de uma idéia a nossa realidade.
Daí colocamos importância para colá-la no nosso subconsciente.
Isto é mesmo.
O mesmo dá importância.
Se exagerarmos nesse "mesmo", passamos a incorporar ou sentir de corpo inteiro, fazendo desta idéia uma realidade.
Se colocarmos mais força de vontade, então ficamos convictos e usamos esta atitude em nosso automático. Plantamos no nosso jardim...
Existe uma "lei" que diz que tudo aquilo que você da importância, irá "cresce".
Quando se trata de algo "ruim", o que significa esse crescer?
Atormentar e angustiar a sua mente.
Isto pode se traduzir em sensações desagradáveis como: angustia, irritação, ansiedade, tristeza, etc... Enfim, todo tipo de sensação desagradável.
Por isso devemos e temos o poder de deixar "alguma coisa" crescer no nosso jardim mental; deixa-la no tamanho proporcional que realmente tem; ou até mesmo diminuí-la a ponto de não ter "importância" para nós. Podemos até mesmo criar um deserto mental, onde abriremos mão de todo o peso morto e dor que estão tentando criar raiz na nossa vida. Colocando-os num meio que simplesmente não permite que elas cresçam... Deixando o mal, as situações e pessoas que nos magoaram e a dor simplesmente passarem.
Deixe o passado para trás. Largue os ressentimentos no seu deserto mental. Quando está preso naquilo que lhe aconteceu, você fica magoado, infeliz e pessimista. Deixe o passado e as situações e pessoas que te magoaram para trás, os abandone no deserto, siga em frente, e viva no momento presente. Muitas situações e sentimentos negativos em sua vida atual podem ser um efeito de uma semente negativa plantada há muito tempo no seu jardim mental. Elas "viveram" quando deveriam ter "secado e morrido". A única maneira de eliminar essas sementes antes que elas criem raiz, se já não criaram, é abandoná-las no "seu deserto".
Então o que você está esperando?
Crie seu "deserto mental" agora mesmo !

segunda-feira, maio 29, 2006

MAYA, ILUSÃO, NELSON RODRIGUES E LEILA DINIZ...


MAYA,ILUSÃO, NELSON RODRIGUES E LEILA DINIZ

Texto: Valéria Lemos Palazzo



"O canalha é sempre cordial, um ameno, um amoral e costuma ter uma fluorescente aura de simpatia”. Nelson Rodrigues

"Todos os cafajestes que conheci na minha vida eram uns anjos de pessoas". Leila Diniz

Maya significa alguma coisa como ilusão ou fantasia, ou, filosoficamente falando, o “como se fosse”. Maya é uma espécie de sonho, uma espécie de transe mental. Na celebre peça de Pirandello “Assim é, se lhe parece”, o personagem principal, Lamberto Landisi, diverte-se ao dissecar, impiedosamente, as contradições das outras personagens da comédia dramática. Na busca da verdade de cada um, sempre conflitante com a dos outros, ele mostra como as coisas mudam totalmente de figura a cada olhar diferente, dependendo da pessoa que observa. Através dessa peça, Pirandello foi capaz de revelar os mais recônditos escaninhos da alma humana, escondidos, muitas vezes, por detrás do véu de Maya a “Ilusão”. Assim como Pirandello, Nelson Rodrigues e Leila Diniz com suas celebres frases acima, revelam uma figura humana muito comum, até mesmo obvia, porem escondida e transformada em algo que não é, através da ilusão de quem parece não vê-las assim... Como realmente são.

O que será que os “canalhas” em que Nelson se inspirou e os “cafajestes” de Leila têm em comum?
Talvez o que os una sejam as palavras, a aparência, e a "aura" de Maya que os envolve...
As palavras são magicamente convincentes. Xerazade, aquela das mil e uma noites, sabia bem disso, e foi através delas que conseguiu com que o sultão que matava uma esposa diferente a cada amanhecer; não só a poupasse de tal destino, como se apaixonasse por ela...

Os tais canalhas e cafajestes são obviamente sedutores. Preferencialmente pelas palavras... Parecem sempre dizer exatamente aquilo que queremos ouvir.
O mais incrível é que os atos. Afinal são os atos que realmente dizem quem são as pessoas... Não acompanham as ditas palavras, ou se acaso as acompanham são muito fugazes e tênues, nunca consistentes com o que é dito...
Por dentro tais pessoas parecem mais bonecos de ventríloquos, são "ocos". Por isso o que os torna convincentes "reais" são as palavras... Tais "bonecos" "falam", "falam", mas não agem...
Por isso nunca deveríamos acreditar apenas no que nos falam, mas deveríamos ir mais além.
Muitas vezes a ação esta presente, porem é completamente oposta ao que foi dito: “Me importo com o povo”, dito pelos políticos, se traduz em: “Só me importo comigo mesmo”. O gosto de você de certos homens, e vice versa, dito para uma mulher, se traduz em: “Eu uso você quando tenho vontade”.
O "Não faço diferença entre meus funcionários", dito pelo patrão, é desacreditado por gestos de total preferência a um deles...
O que acontece é que vemos o povo, a mulher ou os funcionários, das situações acima se perguntando: “mas ele (ela) disse que...”. Sim eles falaram, mas não fizeram... E lá ficam o povo, a mulher (ou homem), e o empregado angustiados, “buscando” em si falhas, defeitos ou erros, que pudesse ter cometido para não "merecer" o que o outro disse.
Meus caros não há nada de errado em vocês. A não ser certa ingenuidade e credulidade... Em aceitar palavras, mesmo sem “ver” atos, e também certo “comodismo” de ir alem das aparências.
Não busquem mais em si, não se culpem, mas tomem consciência do “outro”!
De repente o mundo está aí. Você acorda de um transe como acorda de um sonho. E o objetivo do crescimento, é perder cada vez mais suas "ilusões" e aproximar-se mais da verdade. Tanto da sua quanto da dos outros. Entrar cada vez mais em contato com o mundo “real”, ao invés de estar apenas em contato com palavras, aparências, posições, etc.
Essas são as contradições que Pirandello mostrou na peça. O obvio que de tão simples, às vezes não é reconhecido:
“Palavras são simplesmente palavras”. Cada um pode, e freqüentemente diz o que quer, até mesmo de maneira inconseqüente e leviana. Mas o que conta, o que realmente me diz quem tu és, são apenas, tão somente e simplesmente teus gestos. Palavras são reais quando ligadas a ações. Palavras são ilusões quando soltas, as tais “palavras ao vento”...
E aquele que pensa iludir pelas palavras, acaba sendo um iludido por elas. Talvez seja essa a “vingança” de Maya...

CORAÇÃO "PARTIDO" MATA !





Estudo cientifico sugere que você pode morrer de "coração partido" em função dos hormonios do stress, que podem causar espasmos fatais no coração.



Por Rob Stein Washington Post

Com a aproximação do dia dos namorados, os cientistas confirmam o que muitas canções de amor já diziam: Pessoas podem realmente morrer em conseqüência de um “coração partido”, e as pesquisas realizadas pro cientistas agora já sabem o porquê disso.
Um rompimento traumático, a morte do amado, ou até uma partida inesperada podem liberar uma torrente de hormônios relacionados ao stress podendo afetar o coração, causando súbitos espasmos, e até mesmo ameaçar a vida de pessoas “desavisadas” e saudáveis.
O fenômeno pode ser o gatilho para o que parece ser um clássico ataque do coração e pode colocar suas vitimas no risco de serias complicações potenciais que podem até levar a morte, descobriram as pesquisas.

Com o cuidado médico apropriado, entretanto, os médicos podem emendar o aspecto físico "de um coração quebrado" e evitar os danos a longo prazo.
“Quando você pensa sobre as pessoas que morreram ‘de um coração quebrado’há provavelmente diversas maneiras sobre como isso pode acontecer”, mas “um coração quebrado pode realmente matá-lo”; disse Ilan S. Wittstein da escola Johns Hopkins de medicina em Baltimore.
A idéia que alguém pode morrer de um coração quebrado tem sido por muito tempo um assunto folclórico, das óperas, filmes e da literatura. Os pesquisadores souberam que o stress pode provocar ataque cardíaco nas pessoas propensas a eles, e também causar uma síndrome que se assemelha a um ataque cardíaco em pessoas “saudáveis” depois que o stress emocional agudo foi relatado em Japão. Mas pouco se sabe sobre o fenômeno em outros países, e ninguém sabia ao certo como aconteceram.
Essa nova “descoberta” é talvez o exemplo mais impressionante da ligação entre a mente e o corpo, dizem diversos cientistas.
Os resultados da pesquisa também demonstraram que há diferenças fisiológicas fundamentais entre os homens e as mulheres, incluindo como respondem ao stress.
Ainda não esta totalmente claro porque as mulheres seriam mais vulneráveis, mas pode ter algo a ver com os hormônios ou como seus cérebros “se ligam” aos seus corações. As “mulheres reagem diferentemente ao stress, particularmente stress emocional”. "Nós vemos isso em nossas vidas diárias", disse Scott W. Sharkey do instituto do coração de Minneapolis, que descreveu 22 casos similares.

domingo, maio 28, 2006


CASUAL FRIDAY AFETIVOS
Texto: Valéria Lemos Palazzo
O que você busca ?

O Casual Friday começou a ser adotado nos EUA no fim da década de 70, depois das empresas perceberem que o rendimento dos funcionários caía na metade da semana. Para quebrar a rotina estressante, resolveram deixá-los mais à vontade na sexta-feira...
Será que os relacionamentos casuais de hoje em dia podem ser comparados com a Casual Friday adotada pelas empresas?
Afinal estes relacionamentos também são eventuais, servem para quebrar a rotina e deixam as pessoas mais a vontade.
Do ficar dos adolescentes a amizade colorida dos mais velhos, tudo se parece com uma casual Friday.
A idéia de que pessoas que gostam, tem afinidade uma com a outra, também pudessem se relacionar fisicamente sem compromisso, pode parecer muito interessante, mas a pratica pode se mostrar totalmente diversa da teoria lógica.

A Casual Friday afetiva é boa; muito boa... Na hora. Durante um breve período de tempo. Para os mais desavisados, talvez até esse comportamento se prolongue por anos. Mas é casual demais. Raso demais... Esvazia... Limita... Frustra...
É como ter coração, cabeça e alma "carregados com 1000 watts" de companheirismo, paixão, carinho e ternura, mas só poder compartilhar 10% de tudo isso...É triste ter tanto, e tanto não ter proveito.
É não se receber nem poder-se dar um "eu gosto de você", dito assim baixinho perto do ouvido, no meio do escuro... É não ganhar uma mão segurando na sua quando o caos da cidade parece querer te engolir. É não ter alguém para se querer ficar tão junto... Tão junto... que nos faça esquecer que a solidão já nos acompanhou, e muito, um dia.
É não ter alguém que te olhe nos olhos. É não ter alguém que te veja...
É não poder expor suas fragilidades.
É não ter com quem compartilhar nossas bobagens do dia a dia, que parecem tão importantes para o outro... É não ter alguém com quem brincar e rir junto.
É desesperançoso...
Relacionamentos casuais são inevitáveis nos dias de hoje?
Talvez...
Então se relacione assim...
Sem esperar ouvir promessas, sem esperar sentir gestos de carinho, sem esperar ver futuro.
Sem esperar que o outro queira saber quem você é; ou o que você sente...Nem que te "enxergue" fora daquela situação...Porque você, só existe unica e exclusivamente, ali...
Você pode transar no primeiro encontro. Você pode transar por transar. Pode sentir-se carente e ir correndo para a sua "causal Friday" afetiva, e mandar ver !
Você pode aceitar que aquele encontro casual nunca passará disso.
Você pode ser uma noite e nada mais...
Você pode ser alguns encontros e nada mais...
Pode ser um "eterno" nada mais...
Mas nunca, em nenhum momento, pode deixar de romantizar a vida, e a cada segundo dela... Desejar, querer, e buscar tudo que mais te importa e realmente faz sentido.
Não banalize o outro, nem se deixe banalizar...
Queira mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, se relacionar com profundidade, com intensidade, com companheirismo, com verdade. E principalmente com amor. Esse sim é o mais gostoso. Esse sim é o grande encontro. Este sim te alegra, preenche, supre quaisquer carências, ameniza todas as crises da vida e faz você ver que era exatamente isso o que tanto buscava encontrar, enquanto andava "casualmente", se perdendo por ai...

Valéria Lemos Palazzo autora deste texto,adverte que relacionamentos casuais são extremamente prejudiciais à corações e almas sensiveis, por isso, pessoalmente não os recomenda."Eles causam desassossego puro. Não apenas de alma, mas de corpo, de mente..."
E acrescenta : "Eu acredito em nunca deixar de querer mais... Como também acredito em nunca deixar de procurar alguém que assim como eu queira mais...
Nunca deixo de acreditar que esse alguém exista, e nunca deixo de acreditar que ele faz o mesmo a minha espera...".


RELACIONAMENTOS VIRTUAIS

Texto: Valéria Lemos Palazzo Psicóloga


Atualmente são muitos os que vivem este tipo de relacionamento. Numa primeira fase o relacionamento é "vivido" apenas dentro da cabeça de cada um. Não se medem bem as conseqüências das palavras que se escrevem, chegando mesmo a serem "ateadas" paixões com conseqüências imprevisíveis. Podemos até evocar uma frase dita por um personagem do “Carteiro” de Pablo Neruda, a qual era mais ou menos assim: ”Ele (o carteiro) 'tocou' na minha sobrinha com as palavras, ela está como uma tocha, e eu teria preferido mil vezes que um bêbado do bar lhe tivesse apalpado". Claro que as palavras têm poder. Elas fascinam, envolvem e seduzem. Porem estes relacionamentos podem ser comparados à leitura de um livro. As palavras, as frases, estão ali. Porem o tom como são ditas a expressão facial e corporal dos personagens que as dizem, o tom de voz, o cheiro. Tudo isso é imaginado e idealizado por cada leitor. Daí a idéia, reforçada por muitos, de que ver um filme, mesmo fiel à obra escrita. Nunca será comparável a leitura do livro. Por isso de alguma forma, ver um filme, após ler um livro, sempre acabará nos decepcionado. Daí a necessidade da dificuldade. È bom, se não recomendável, que meu objeto de desejo, tenha algum impedimento: a distancia, o seu estado civil, a duvida... Tudo isso serve para que me apaixone mais, me atrai mais. Talvez tenhamos esquecido cedo demais as palavras de Camões que já conhecia o poder delas ou não tivesse ele dito que "as palavras ferem como punhais", no entanto por muito eruditos que sejamos, todos nós (ou uma grande maioria), mantem uma certa ingenuidade. Porque o mundo anda tão individualista, que queremos tanto conhecer, nos relacionar com pessoas que “valham a pena” que nos deixamos “iludir” e fascinar. Antigamente alimentavam-se paixões à distância pelas cartas e pelos poemas e quem não recorda Cirano de Bergerac o feio-bonito que se fez amar pela palavra. Talvez as comunidades virtuais onde tudo é perfeito, (como na Ilha onde Ulisses aportou) tenham dificuldade na adaptação a uma vida na comunidade real (na comunidade das contas por pagar, dos filhos para aturar, do trabalho por realizar, do ser avaliado permanentemente por tudo e todos.). Julgo que os relacionamentos iniciados através da net e transpostos para a vida real deixam de ser virtuais e passando a ser reais, muitas vezes acabam nos decepcionado. Pelo que não se pode dizer que estas comunidades virtuais estejam cada vez mais reais, pois trocam um "estado" ou "situação" por outro. Reais serão talvez as conseqüências que provocam. Se eu me apaixonar por um correspondente da net (antigamente, no tempo da guerra colonial. Era freqüente uma “madrinha de guerra”, as mulheres que apesar de comprometidas com outros, escreviam cartas de apoio, se apaixonarem pelo seu “afilhado”) eu posso alterar a minha vida real por causa de uma situação virtual. Concluindo: A comunidade virtual torna-se real nas conseqüências que pode provocar.