quarta-feira, maio 31, 2006

SOBRE FLEXIBILIDADE E BAMBUS



SOBRE FLEXIBILIDADE E BAMBUS
Texto: Valéria Lemos Palazzo


"Seja flexível como o bambu, que quando o vento bate cede, e não rígido como o carvalho, que quando o vento bate quebra."

As suas idéias e crenças dirigem sua vida. São elas que dão o enfoque nas coisas e pessoas. No entanto existe uma série de enfoques que podem nos levar na direção errada. Os mais comuns são: foco no problema, no passado e no futuro.
Começando pelo "foco no problema": Quanto mais você mantém o foco no problema, mais longe das soluções. O seu enfoque tem que ser na solução e não no problema. Lembre que tudo que você der importância vai aumentar. Então se você foca o problema ele tende a aumentar. Quando na verdade o que você quer que "aumente" são as soluções.
O Foco no "passado". Toda vez que você se "prende" com nostalgia ao passado, naquela "época da sua vida". Você esta dizendo para si mesmo que a "felicidade" estava ali. E só ali. Imagine que a sua felicidade estava ali, no seu passado, que "já foi". O que isto faz com você? Cria angustia porque se a "verdadeira" felicidade estava ali naquela época, ela não se repetirá isso significa que você não terá mais oportunidade de ser feliz, a não ser que "permaneça" naquela época.
Já o foco no "futuro" é baseado na expressão: "Quando...". Este tipo de comportamento é o responsável pela ansiedade, pelos medos e pelo pensamento catastrófico. Enquanto você insistir em manter este enfoque na sua vida vai permanecer "parada". Este tipo de conduta faz com que você "ensaie" a vida, mas não "viva" a vida.
O problema do enfoque "errado" é ficar "preso" a uma única visão, um modelo, um passado, uma fase da sua vida e/ou um único ponto de vista, e tudo que for diferente daquilo é visto como "ruim". Muitas vezes você acredita que você é o "errado". O "erro" está em você ou na sua vida, quando na verdade o que esta "errado" é o seu enfoque.
Porque você não muda os seus enfoques?
Por será que é tão difícil adotar novas posturas mesmo sabendo que seria o melhor para nós?
Porque mudar é "difícil", "mudar dói", "mudar é caminhar para o desconhecido". "Se aqui até que não está ‘mau’ porque preciso mudar?". Todas estas crenças estão presentes em quem tem dificuldade de mudar. E se as mudanças se mostrarem ameaçadora demais, você terá uma tendência em resistir. Pelo contrário, se forem vistas como benéficas, a resistência é menor e o processo decorre com maior facilidade. O tamanho da oposição será tanto maior quanto maior for a mudança proposta
Se você não mudar as idéias/crenças não irá mudar as coisas que estão acontecendo na sua vida em conseqüência delas.
Você é uma pessoa "original", repleta de soluções/crenças diferentes, desde que se permita usar um novo enfoque. O antigo precisa ser deixado (e isso dói) e o novo é algo a ser ainda alcançado (o que causa ansiedade).
O movimento de se "ampliar" (e crescer é "ampliar"), é o verdadeiro processo de evolução. Não fique preso em um único ponto de vista, uma época da sua vida. Ela é apenas o que a própria palavra diz uma época, uma fase, ela não é a sua vida.
A sua vida já teve, tem e terá muitas fases. As mudanças exigem de nós muita flexibilidade: durante as mudanças o velho e o novo convivem, o que cria confusão, instabilidades, novas prioridades, desestruturação. Quem já fez uma reforma em sua casa morando dentro dela sabe o que é isso. O estado de transição entre o velho que está indo embora e o novo que ainda não chegou costuma ser bastante perturbador. Nestes momentos a rigidez pode ser a sua característica mais prejudicial. A rigidez é a mais prejudicial característica do ser humano.
Você sabe qual é o conceito básico do judô?
"Ceder" para vencer. Esse conceito surgiu da observação da neve caindo nas arvores. Um sábio observou que a neve que caia nas arvores, ia se acumulando nos galhos rígidos até que o peso da neve fosse tanto que o galho rígido se quebrava. Por outro lado, ele percebeu que isto não acontecia com todas as arvores, havia espécies onde a neve se acumulava nos galhos, porem, por serem eles flexíveis, quando a neve "pesava", eles se "curvavam", a neve caia, e eles voltavam "inteiros" ao lugar.
Também existe um provérbio chinês que diz: "Quando o vento sopra o bambu cede". Ele nunca resiste; cede, dobra-se acompanhando o fluir natural do vento sem nunca se quebrar. O vento representa o ruim da vida, as más notícias, as rejeições, os relacionamentos casuais e vazios, os acontecimentos desagradáveis, as agressões externas, os problemas do cotidiano, enfim, toda forma de ação ou informação, e que de uma forma ou de outra, possam nos afetar e machucar. O bambu por sua vez, está associado à idéia da flexibilidade.
Porque então, você não "cede" a novos enfoques?
Muitas vezes você "quebra", por não ser flexível, por não adotar uma mudança de "foco", fica preso nos velhos padrões de comportamento, se apegando em velhas idéias, ao passado. Ou "esperando" o futuro. Isto não é ser funcional. Ser funcional é "ampliar". Ampliar o modo de agir, o modo de pensar, o modo de "ser".
Quanto mais enfoques diferentes você for capaz de adotar, sem permanecer em padrões rígidos, mais você se torna "perceptivo". O que faz com que você perceba a si mesmo.
Você só pode sentir aquilo que é percebido por você. O "mundo" só existe para você quando você o percebe. Se você se prende ao passado, ou "fantasia" o futuro, não é capaz de perceber o presente.
Você já ouviu alguém usar o termo "tapado" para se referir a uma pessoa que não é capaz de "perceber" certas coisas?
Aqui no Brasil também se chama de tapa o pano com que se vendam os olhos do burro pouco manso, para que se deixe arriar. O que não nos damos conta é que também colocamos uma "tapa", como se faz ao burro, para nos deixarmos ficar "arreados e mansos".
Também nos encontramos "tapados e fechados" para uma serie de situações na nossa vida. Vamos-nos deixando... "Tapando" a nossa consciência. E com isso atrofiamos uma serie de qualidades que existem em nos.
Permanecemos não totalmente "vivos" para a vida. Empobrecermos-nos de vida...

terça-feira, maio 30, 2006

SEJA COMO O DESERTO


SEJA COMO O DESERTO
Texto: Valéria Lemos Palazzo

Em geografia aprendemos que um deserto é uma forma de paisagem ou região arida e seca. Como conseqüência, os desertos têm a reputação de serem capazes de sustentar pouca vida.Por isso nossa imagem mental de deserto é um lugar onde nada cria raízes, nada cresce, tudo morre...Em uma série de filmes tivemos a oportunidade de ver vários personagens serem abandonados no deserto para que minguassem e morressem. O deserto é o fim...
A imagem oposta a de um deserto pode ser a de um jardim. Ele nos remete a idéia de vida. Vida que é cultivada cresce e floresce.
Na nossa vida temos pessoas, situações e sentimentos que gostaríamos que crescessem. Em contrapartida existem pessoas, situações e sentimentos que gostaríamos de fazer perecer... Porem muitas vezes cultivamos exatamente aquilo que gostaríamos que morresse...E não entendemos o por que disso...
Sabe o que a palavra "importar" significa?
Importar-se com algo é amarrá-lo em si (e não existe diferença se é algo "bom" ou "ruim")
In = para dentro
Porta = porto, cais, portal, etc.
Importância = trazer para dentro, amarar no porto, ancorar.
Quanto maior a importância, mais fixamos de forma expressiva o que cremos. Mais alimentamos a semente do que nos traz dor ou alegria.
O "crer" está ligado à importância. Do mar de idéias que passam pela nossa mente, com muitas das quais nos misturamos, acabamos sempre escolhendo alguma sobre a qual decidimos usar nosso poder de realidade, ou seja, dizer que aquilo é real. Em gramática psicológica, este poder está expresso no uso do verbo ser.
Isto é, isto não é.
Isto é um problema. Isto não é um problema.
Portanto, quando dizemos tal coisa è, estamos fazendo de uma idéia a nossa realidade.
Daí colocamos importância para colá-la no nosso subconsciente.
Isto é mesmo.
O mesmo dá importância.
Se exagerarmos nesse "mesmo", passamos a incorporar ou sentir de corpo inteiro, fazendo desta idéia uma realidade.
Se colocarmos mais força de vontade, então ficamos convictos e usamos esta atitude em nosso automático. Plantamos no nosso jardim...
Existe uma "lei" que diz que tudo aquilo que você da importância, irá "cresce".
Quando se trata de algo "ruim", o que significa esse crescer?
Atormentar e angustiar a sua mente.
Isto pode se traduzir em sensações desagradáveis como: angustia, irritação, ansiedade, tristeza, etc... Enfim, todo tipo de sensação desagradável.
Por isso devemos e temos o poder de deixar "alguma coisa" crescer no nosso jardim mental; deixa-la no tamanho proporcional que realmente tem; ou até mesmo diminuí-la a ponto de não ter "importância" para nós. Podemos até mesmo criar um deserto mental, onde abriremos mão de todo o peso morto e dor que estão tentando criar raiz na nossa vida. Colocando-os num meio que simplesmente não permite que elas cresçam... Deixando o mal, as situações e pessoas que nos magoaram e a dor simplesmente passarem.
Deixe o passado para trás. Largue os ressentimentos no seu deserto mental. Quando está preso naquilo que lhe aconteceu, você fica magoado, infeliz e pessimista. Deixe o passado e as situações e pessoas que te magoaram para trás, os abandone no deserto, siga em frente, e viva no momento presente. Muitas situações e sentimentos negativos em sua vida atual podem ser um efeito de uma semente negativa plantada há muito tempo no seu jardim mental. Elas "viveram" quando deveriam ter "secado e morrido". A única maneira de eliminar essas sementes antes que elas criem raiz, se já não criaram, é abandoná-las no "seu deserto".
Então o que você está esperando?
Crie seu "deserto mental" agora mesmo !

segunda-feira, maio 29, 2006

MAYA, ILUSÃO, NELSON RODRIGUES E LEILA DINIZ...


MAYA,ILUSÃO, NELSON RODRIGUES E LEILA DINIZ

Texto: Valéria Lemos Palazzo



"O canalha é sempre cordial, um ameno, um amoral e costuma ter uma fluorescente aura de simpatia”. Nelson Rodrigues

"Todos os cafajestes que conheci na minha vida eram uns anjos de pessoas". Leila Diniz

Maya significa alguma coisa como ilusão ou fantasia, ou, filosoficamente falando, o “como se fosse”. Maya é uma espécie de sonho, uma espécie de transe mental. Na celebre peça de Pirandello “Assim é, se lhe parece”, o personagem principal, Lamberto Landisi, diverte-se ao dissecar, impiedosamente, as contradições das outras personagens da comédia dramática. Na busca da verdade de cada um, sempre conflitante com a dos outros, ele mostra como as coisas mudam totalmente de figura a cada olhar diferente, dependendo da pessoa que observa. Através dessa peça, Pirandello foi capaz de revelar os mais recônditos escaninhos da alma humana, escondidos, muitas vezes, por detrás do véu de Maya a “Ilusão”. Assim como Pirandello, Nelson Rodrigues e Leila Diniz com suas celebres frases acima, revelam uma figura humana muito comum, até mesmo obvia, porem escondida e transformada em algo que não é, através da ilusão de quem parece não vê-las assim... Como realmente são.

O que será que os “canalhas” em que Nelson se inspirou e os “cafajestes” de Leila têm em comum?
Talvez o que os una sejam as palavras, a aparência, e a "aura" de Maya que os envolve...
As palavras são magicamente convincentes. Xerazade, aquela das mil e uma noites, sabia bem disso, e foi através delas que conseguiu com que o sultão que matava uma esposa diferente a cada amanhecer; não só a poupasse de tal destino, como se apaixonasse por ela...

Os tais canalhas e cafajestes são obviamente sedutores. Preferencialmente pelas palavras... Parecem sempre dizer exatamente aquilo que queremos ouvir.
O mais incrível é que os atos. Afinal são os atos que realmente dizem quem são as pessoas... Não acompanham as ditas palavras, ou se acaso as acompanham são muito fugazes e tênues, nunca consistentes com o que é dito...
Por dentro tais pessoas parecem mais bonecos de ventríloquos, são "ocos". Por isso o que os torna convincentes "reais" são as palavras... Tais "bonecos" "falam", "falam", mas não agem...
Por isso nunca deveríamos acreditar apenas no que nos falam, mas deveríamos ir mais além.
Muitas vezes a ação esta presente, porem é completamente oposta ao que foi dito: “Me importo com o povo”, dito pelos políticos, se traduz em: “Só me importo comigo mesmo”. O gosto de você de certos homens, e vice versa, dito para uma mulher, se traduz em: “Eu uso você quando tenho vontade”.
O "Não faço diferença entre meus funcionários", dito pelo patrão, é desacreditado por gestos de total preferência a um deles...
O que acontece é que vemos o povo, a mulher ou os funcionários, das situações acima se perguntando: “mas ele (ela) disse que...”. Sim eles falaram, mas não fizeram... E lá ficam o povo, a mulher (ou homem), e o empregado angustiados, “buscando” em si falhas, defeitos ou erros, que pudesse ter cometido para não "merecer" o que o outro disse.
Meus caros não há nada de errado em vocês. A não ser certa ingenuidade e credulidade... Em aceitar palavras, mesmo sem “ver” atos, e também certo “comodismo” de ir alem das aparências.
Não busquem mais em si, não se culpem, mas tomem consciência do “outro”!
De repente o mundo está aí. Você acorda de um transe como acorda de um sonho. E o objetivo do crescimento, é perder cada vez mais suas "ilusões" e aproximar-se mais da verdade. Tanto da sua quanto da dos outros. Entrar cada vez mais em contato com o mundo “real”, ao invés de estar apenas em contato com palavras, aparências, posições, etc.
Essas são as contradições que Pirandello mostrou na peça. O obvio que de tão simples, às vezes não é reconhecido:
“Palavras são simplesmente palavras”. Cada um pode, e freqüentemente diz o que quer, até mesmo de maneira inconseqüente e leviana. Mas o que conta, o que realmente me diz quem tu és, são apenas, tão somente e simplesmente teus gestos. Palavras são reais quando ligadas a ações. Palavras são ilusões quando soltas, as tais “palavras ao vento”...
E aquele que pensa iludir pelas palavras, acaba sendo um iludido por elas. Talvez seja essa a “vingança” de Maya...

CORAÇÃO "PARTIDO" MATA !





Estudo cientifico sugere que você pode morrer de "coração partido" em função dos hormonios do stress, que podem causar espasmos fatais no coração.



Por Rob Stein Washington Post

Com a aproximação do dia dos namorados, os cientistas confirmam o que muitas canções de amor já diziam: Pessoas podem realmente morrer em conseqüência de um “coração partido”, e as pesquisas realizadas pro cientistas agora já sabem o porquê disso.
Um rompimento traumático, a morte do amado, ou até uma partida inesperada podem liberar uma torrente de hormônios relacionados ao stress podendo afetar o coração, causando súbitos espasmos, e até mesmo ameaçar a vida de pessoas “desavisadas” e saudáveis.
O fenômeno pode ser o gatilho para o que parece ser um clássico ataque do coração e pode colocar suas vitimas no risco de serias complicações potenciais que podem até levar a morte, descobriram as pesquisas.

Com o cuidado médico apropriado, entretanto, os médicos podem emendar o aspecto físico "de um coração quebrado" e evitar os danos a longo prazo.
“Quando você pensa sobre as pessoas que morreram ‘de um coração quebrado’há provavelmente diversas maneiras sobre como isso pode acontecer”, mas “um coração quebrado pode realmente matá-lo”; disse Ilan S. Wittstein da escola Johns Hopkins de medicina em Baltimore.
A idéia que alguém pode morrer de um coração quebrado tem sido por muito tempo um assunto folclórico, das óperas, filmes e da literatura. Os pesquisadores souberam que o stress pode provocar ataque cardíaco nas pessoas propensas a eles, e também causar uma síndrome que se assemelha a um ataque cardíaco em pessoas “saudáveis” depois que o stress emocional agudo foi relatado em Japão. Mas pouco se sabe sobre o fenômeno em outros países, e ninguém sabia ao certo como aconteceram.
Essa nova “descoberta” é talvez o exemplo mais impressionante da ligação entre a mente e o corpo, dizem diversos cientistas.
Os resultados da pesquisa também demonstraram que há diferenças fisiológicas fundamentais entre os homens e as mulheres, incluindo como respondem ao stress.
Ainda não esta totalmente claro porque as mulheres seriam mais vulneráveis, mas pode ter algo a ver com os hormônios ou como seus cérebros “se ligam” aos seus corações. As “mulheres reagem diferentemente ao stress, particularmente stress emocional”. "Nós vemos isso em nossas vidas diárias", disse Scott W. Sharkey do instituto do coração de Minneapolis, que descreveu 22 casos similares.

domingo, maio 28, 2006


CASUAL FRIDAY AFETIVOS
Texto: Valéria Lemos Palazzo
O que você busca ?

O Casual Friday começou a ser adotado nos EUA no fim da década de 70, depois das empresas perceberem que o rendimento dos funcionários caía na metade da semana. Para quebrar a rotina estressante, resolveram deixá-los mais à vontade na sexta-feira...
Será que os relacionamentos casuais de hoje em dia podem ser comparados com a Casual Friday adotada pelas empresas?
Afinal estes relacionamentos também são eventuais, servem para quebrar a rotina e deixam as pessoas mais a vontade.
Do ficar dos adolescentes a amizade colorida dos mais velhos, tudo se parece com uma casual Friday.
A idéia de que pessoas que gostam, tem afinidade uma com a outra, também pudessem se relacionar fisicamente sem compromisso, pode parecer muito interessante, mas a pratica pode se mostrar totalmente diversa da teoria lógica.

A Casual Friday afetiva é boa; muito boa... Na hora. Durante um breve período de tempo. Para os mais desavisados, talvez até esse comportamento se prolongue por anos. Mas é casual demais. Raso demais... Esvazia... Limita... Frustra...
É como ter coração, cabeça e alma "carregados com 1000 watts" de companheirismo, paixão, carinho e ternura, mas só poder compartilhar 10% de tudo isso...É triste ter tanto, e tanto não ter proveito.
É não se receber nem poder-se dar um "eu gosto de você", dito assim baixinho perto do ouvido, no meio do escuro... É não ganhar uma mão segurando na sua quando o caos da cidade parece querer te engolir. É não ter alguém para se querer ficar tão junto... Tão junto... que nos faça esquecer que a solidão já nos acompanhou, e muito, um dia.
É não ter alguém que te olhe nos olhos. É não ter alguém que te veja...
É não poder expor suas fragilidades.
É não ter com quem compartilhar nossas bobagens do dia a dia, que parecem tão importantes para o outro... É não ter alguém com quem brincar e rir junto.
É desesperançoso...
Relacionamentos casuais são inevitáveis nos dias de hoje?
Talvez...
Então se relacione assim...
Sem esperar ouvir promessas, sem esperar sentir gestos de carinho, sem esperar ver futuro.
Sem esperar que o outro queira saber quem você é; ou o que você sente...Nem que te "enxergue" fora daquela situação...Porque você, só existe unica e exclusivamente, ali...
Você pode transar no primeiro encontro. Você pode transar por transar. Pode sentir-se carente e ir correndo para a sua "causal Friday" afetiva, e mandar ver !
Você pode aceitar que aquele encontro casual nunca passará disso.
Você pode ser uma noite e nada mais...
Você pode ser alguns encontros e nada mais...
Pode ser um "eterno" nada mais...
Mas nunca, em nenhum momento, pode deixar de romantizar a vida, e a cada segundo dela... Desejar, querer, e buscar tudo que mais te importa e realmente faz sentido.
Não banalize o outro, nem se deixe banalizar...
Queira mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, se relacionar com profundidade, com intensidade, com companheirismo, com verdade. E principalmente com amor. Esse sim é o mais gostoso. Esse sim é o grande encontro. Este sim te alegra, preenche, supre quaisquer carências, ameniza todas as crises da vida e faz você ver que era exatamente isso o que tanto buscava encontrar, enquanto andava "casualmente", se perdendo por ai...

Valéria Lemos Palazzo autora deste texto,adverte que relacionamentos casuais são extremamente prejudiciais à corações e almas sensiveis, por isso, pessoalmente não os recomenda."Eles causam desassossego puro. Não apenas de alma, mas de corpo, de mente..."
E acrescenta : "Eu acredito em nunca deixar de querer mais... Como também acredito em nunca deixar de procurar alguém que assim como eu queira mais...
Nunca deixo de acreditar que esse alguém exista, e nunca deixo de acreditar que ele faz o mesmo a minha espera...".


RELACIONAMENTOS VIRTUAIS

Texto: Valéria Lemos Palazzo Psicóloga


Atualmente são muitos os que vivem este tipo de relacionamento. Numa primeira fase o relacionamento é "vivido" apenas dentro da cabeça de cada um. Não se medem bem as conseqüências das palavras que se escrevem, chegando mesmo a serem "ateadas" paixões com conseqüências imprevisíveis. Podemos até evocar uma frase dita por um personagem do “Carteiro” de Pablo Neruda, a qual era mais ou menos assim: ”Ele (o carteiro) 'tocou' na minha sobrinha com as palavras, ela está como uma tocha, e eu teria preferido mil vezes que um bêbado do bar lhe tivesse apalpado". Claro que as palavras têm poder. Elas fascinam, envolvem e seduzem. Porem estes relacionamentos podem ser comparados à leitura de um livro. As palavras, as frases, estão ali. Porem o tom como são ditas a expressão facial e corporal dos personagens que as dizem, o tom de voz, o cheiro. Tudo isso é imaginado e idealizado por cada leitor. Daí a idéia, reforçada por muitos, de que ver um filme, mesmo fiel à obra escrita. Nunca será comparável a leitura do livro. Por isso de alguma forma, ver um filme, após ler um livro, sempre acabará nos decepcionado. Daí a necessidade da dificuldade. È bom, se não recomendável, que meu objeto de desejo, tenha algum impedimento: a distancia, o seu estado civil, a duvida... Tudo isso serve para que me apaixone mais, me atrai mais. Talvez tenhamos esquecido cedo demais as palavras de Camões que já conhecia o poder delas ou não tivesse ele dito que "as palavras ferem como punhais", no entanto por muito eruditos que sejamos, todos nós (ou uma grande maioria), mantem uma certa ingenuidade. Porque o mundo anda tão individualista, que queremos tanto conhecer, nos relacionar com pessoas que “valham a pena” que nos deixamos “iludir” e fascinar. Antigamente alimentavam-se paixões à distância pelas cartas e pelos poemas e quem não recorda Cirano de Bergerac o feio-bonito que se fez amar pela palavra. Talvez as comunidades virtuais onde tudo é perfeito, (como na Ilha onde Ulisses aportou) tenham dificuldade na adaptação a uma vida na comunidade real (na comunidade das contas por pagar, dos filhos para aturar, do trabalho por realizar, do ser avaliado permanentemente por tudo e todos.). Julgo que os relacionamentos iniciados através da net e transpostos para a vida real deixam de ser virtuais e passando a ser reais, muitas vezes acabam nos decepcionado. Pelo que não se pode dizer que estas comunidades virtuais estejam cada vez mais reais, pois trocam um "estado" ou "situação" por outro. Reais serão talvez as conseqüências que provocam. Se eu me apaixonar por um correspondente da net (antigamente, no tempo da guerra colonial. Era freqüente uma “madrinha de guerra”, as mulheres que apesar de comprometidas com outros, escreviam cartas de apoio, se apaixonarem pelo seu “afilhado”) eu posso alterar a minha vida real por causa de uma situação virtual. Concluindo: A comunidade virtual torna-se real nas conseqüências que pode provocar.