terça-feira, março 02, 2010

Fiquei velha e chata. Acho insuportável ter que ver, pela décima vez, meu país tentanto responder a uma pergunta que tem a mesma estrutura semanal: "Quem vai ser eliminado do Big Brother hoje ?"
Que inferno ! Eu quero é saber quem matou aquele comerciante chinês que foi preso por não ter declarado seus dólares, quem matou o estudante pobre e sem recursos que foi aprovado em 1º lugar no curso de biomedicina e, logo se formaria no Recife, quem matou o dentista negro que foi confundido com um bandido, quem são os policiais militares envolvidos no caso da engenheira de 24 anos desaparecida e da qual somente o carro foi achado no Rio de Janeiro e, depois, saber como eles serão punidos.
Não estou excluindo o fator "entretenimento" de programas assim, porque adoro seriados americanos e, além disso sou eu mesma uma "produtora de contéudo besteirol". Mas, é para ficar revoltada, viu !!!!!!!!!!!!!!. "Pão e Circo" da Roma antiga ao Brasil 2010, ainda vigora "com vigor" !!!!!!!!!!!!

quarta-feira, julho 09, 2008

RECONHECIMENTO


RECONHECIMENTO
Texto: Valéria Lemos Palazzo


A grande queixa das pessoas em relação aos seus empregos, por incrível que contradiga o senso comum, não é o famoso "ganho menos do que deveria". O grande questionamento é: "Não sou reconhecido". E não, ele não esta falando do reconhecimento financeiro. Embora este fosse desejável, todo mundo quer ganhar mais, não é o primordial.
O amigo dedicado, sempre atento as necessidades do outro, lamenta a falta de reconhecimento dos outros. Como se fizesse parte do conceito de amizade, uma clausula de não agradecimento.Como se fosse obrigação de amigo fazer um tudo, esperando um nada em troca. Existe mesmo aquela frase tola: "Amigo não se agradece". E vai se agradecer a quem ? Aos inimigos ?
Na era da informática então, onde o e-mail e as mensagem de texto dos celulares e afins tomam o lugar da comunicação verbal. Quantas vezes ficamos sem resposta. Sem nenhuma resposta.
Estudiosos do comportamento humano na vida moderna constatam que um dos males da nossa época é a falta de comunicação entre as pessoas.
O empregado não espera que o patrão passe horas tecendo elogios sem fim ao seu trabalho. Mas sim, ele espera algum reconhecimento. Não, não se espera uma resposta com mais de mil palavras a um e-mail. Mas, sim, se espera alguma resposta.
O reconhecimento esta em falta no mercado. Mas de outro lado, a exigência da atenção, a urgência, o extrair do outro sem dar nada em troca, esta cada vez mais em alta. Como se a toda hora gritassemos: "olhe para mim !", "olhe para mim !". É uma espécie de cegueira seletiva, onde mesmo que eu seja cego em relação a você, não espero que faça o mesmo em relação a mim. Preciso do seu olhar, mas não te promete o meu.
Pobres de nós buscando constantemente aquilo que nos mesmos não damos.
Passamos uns pelos outros com o desdém de nosso silêncio, de nosso individualismo. Boa epoca para os suicidas porque, na hora do desespero e da solidão, falta justamente aquele que lhes dê um sincero reconhecimento.
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terça-feira, maio 13, 2008

CONFIANÇA E DESCONFIANÇA



CONFIANÇA E DESCONFIANÇA

Texto: Valéria Lemos Palazzo



Tudo na sua vida está relacionado com o que você pensa. Quer dizer que o observador: você é quem vai dar significado as coisas, pessoas e ou situações. Nada “é”. Você, o observador, é quem vai dar significado ao “outro”, ao observado. Vamos imaginar um observador que não confie que não tenha confiança, que sempre tenha duvidas. TUDO, absolutamente TUDO, na vida dele, vai ser “visto com seus olhos”, vai ter esse significado. Uma vez que você esteja convencida que não pode confiar, vai ignorar e distorcer as informações que contradizem esta conclusão, esta crença. Ignorar informações que não se encaixem nas nossas crenças é algo que podemos aprender a mudar. Você pode aprender a perceber informações positivas a respeita da sua capacidade, e, isto pode ser o começo de uma mudança maravilhosa. Na verdade, não exista quem não tenha confiança. O problema é onde você está colocando a sua confiança. Na verdade não é que você não confie, mas a confiança no negativo, no “dar errado”, na perda, no mal, no ruim. Se você não confiasse em nada, não teria tanto problema, porque não pensaria no “ruim”, no negativo.
Talvez você não perceba que isso acontece, mas agora você vai começar a perceber onde tem essa desconfiança. Você vai perceber que existe um “padrão negativo”. E, é esse padrão negativo que mostra que por trás da falta de confiança existe uma falta de autoconfiança. Imagine: Se você acredita que as pessoas podem vir a não gostar de algo que você faz, sente ou é. Todas essas idéias só podem estar ligadas em... VOCÊ. Toda essa historia de confiar ou não confiar, não tem nada haver com os outros. NADA. Só tem haver com você, e, com aquilo que você pensa de si mesmo. Se dependesse dos outros, você já teria,e já teve, varias oportunidades para se convencer do contrario. Mas, o que os outros pensam não tem importância nenhuma, percebe? Nem o que eles pensam, nem ao menos aquilo que você já passou viveu, consegue te convencer.
Vamos imaginar uma pessoa que tem medo de andar de bicicleta, ela não confia, não quer tirar as “rodinhas” de trás da bicicleta porque tem medo de cair, não tem confiança em si mesma. Um dia ela tira as rodinhas da bicicleta, consegue andar, sem cair, e aí vai se convencer de que tem capacidade de andar de bicicleta. A partir desse dia, ela não vai mais se ver como alguém que é incapaz de andar de bicicleta e com isso vai adquirir auto confiança. Você acharia absurdo se essa pessoa após tirar as rodinhas, e andar vários meses de bicicleta (sem as rodinhas) continuasse insegura, e te dissesse que tem medo e cair a qualquer momento, que não tem confiança em si mesma. Provavelmente, você diria e ela: “Mas como você ainda não tem autoconfiança, ainda tem medo e cair, se você já anda há tanto tempo (e bem) sem as rodinhas?” “Você não confia na sua capacidade; não confia em você?”. Pois é, para nós parece simples que a experiência que temos mude a o nosso ponto de vista, a maneira como enxergamos determinada situação. Parece que a experiência seria suficiente, porque é real, para mudar um padrão de pensamento que muitas vezes é baseado apenas na nossa imaginação. Mais isso não acontece, porque nos baseamos mais nas nossas emoções (o que você observador acredita) do que na realidade, na verdade. As emoções são reações subjetivas, que vem do significado que damos aos acontecimentos. Você pode “enxergar” uma situação como boa, má ou neutra. Tudo o que você pensa vem da sua avaliação das situações e/ou pessoas, e da sua expectativa quanto ao que vai acontecer. Uma pessoa com confiança terá uma reação emocional de acordo com a previsibilidade da situação. Ex: Se eu sei que sei, andar de bicicleta, porque consegui andar varias vezes, sem rodinhas e, sem cair. Eu me sinto com confiança para andar de bicicleta, e, posso agir (no caso andar de bicicleta) com tranqüilidade e segurança. Porque é previsível, baseado na minha emoção de segurança que vou conseguir andar, e não vou cair. A minha emoção de segurança e de falta de medo, vai fazer com que eu me prepare para agir naquela situação com tranqüilidade, eu vou andar de bicicleta (como se deve) com tranqüilidade, aproveitando o passeio, tendo prazer nessa atividade. Se, eu tenho um pensamento de falta de confiança em mim, não irá importar quantas vezes eu já andei de bicicleta, sem rodinhas, e, sem cair. Eu vou ter uma emoção de falta de confiança, não vou confiar que posso andar sem cair, vou ficar “esperando”, cair de uma hora para outra (“posso cair a qualquer momento”) daí, você vai ter uma ação (comportamento) de medo, vai andar de bicicleta com o corpo rígido, não vai aproveitar o passeio como deveria e poderia, vai estar constantemente tensa, pode ter dor nas costas, etc...
Todas essas emoções vão afetar todas as áreas da suas vida (em graus diferentes). O medo é uma emoção que esta presente em varias emoções negativas. Geralmente, também existe uma ameaça de perda por trás de qualquer sentimento negativo. A raiva, muitas vezes é o medo de uma ameaça física ou a auto-estima. Ciúme é o medo de não termos tudo que merecemos ou de vamos perder a outra pessoa para alguém. Vergonha é o medo de ser ridicularizado. Depressão é o medo de que já não valemos nada. Essas emoções negativas, como a falta de confiança, aparecem como causa racionais e lógicas, embora não sejam.
Então, vamos começar a pensar em quantas situações da sua vida você tem falta de confiança. Lembre que muitas coisas parecem como falta de confiança nos outros, no externo, mas, sempre, são falta de confiança em nós.
Pense que aonde existe falta de confiança existe um medo. Lembre que do outro lado do medo está à liberdade. A pessoa muda quando a dor de continuar igual é maior que a dor da mudança. Para mudar, imagine a dor que você sentirá lá na frente se continuar tudo como esta agora.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

CONCENTRAÇÃO



Muito se ouve sobre o fato que é necessário ter objetivos na vida.
Não negamos isso, porém o que não imaginamos é que TUDO tem um lado positivo e um negativo, ou mesmo uma “medida” aonde o que era desejável passa a ser indesejável. Assim como um único fio na cabeça é pouco, e um único fio de cabelo em uma xícara de café é muito. O modo como nos colocamos diante de um objetivo pode nos levar a vitória ou a derrota.
Não discutiremos a necessidade de estabelecermos objetivos. Porém o que devemos questionar é o quanto estes objetivos não se transformam em pensamentos obsessivos. Se cada vez que você se coloca uma meta, um objetivo ele se transformar em uma obsessão você esta agindo de maneira errada.
Você ficará cada vez mais fechado e atormentado com aquilo, ao invés de ficar mais aberto para poder articular e buscar soluções.
Você já percebeu que grandes gênios da nossa historia nas mais diferentes áreas, conseguiram as respostas que precisavam e buscavam, justamente quando tinham de alguma forma, deixado a “obsessão de lado”?
A resposta, a solução, muitas vezes veio através de um sonho, ou quando realizavam algum tipo de atividade “bem distante” da proposta. Isto só mostra que se concentrar demais naquilo que desejamos, pode não ser a melhor forma de conseguirmos o que buscamos.
Se você concentra-se demais em algo, acaba estreitando a sua consciência, e exclui o todo. O todo ao redor, o todo relacionado à questão. O todo que ainda não se revelou, o todo que embora exista, não foi “visto” por você. Você torna-se unidirecionado. Quando, na verdade, para resolver ou buscar algo, o que mais funciona é ter uma multiplicidade de caminhos.
A concentração excessiva em algo faz com que você fique cada vez mais tenso e ansioso. Daí a origem da palavra “atenção”. Ela significa “em-tensão”. Por isso, quanto mais concentrado, quanto maior a atenção focada, maior a tensão resultante. A própria palavra concentração dá uma idéia e uma sensação de contrição, de aprisionamento e restrição.
A concentração é útil, e deve ser usada em varias situações, assim como a historia do fio de cabelo, tudo é relativo, dependendo de onde e como é utilizado.
A concentração tem seu lado “positivo” num trabalho cientifico, em uma pesquisa cientifica, num laboratório, aonde você precise de concentração.
Mas, sejamos sinceros, quantas vezes estamos diante de situações assim?
Mesmo um cientista, deve manter sua concentração dentro de um laboratório e não leva-la para sua vida diária e cotidiana.

Nossa tendência é concentramo-nos em um problema e/ou questão específica e excluirmos tudo o mais, de forma que você se torna esquecido do mundo ao redor. O problema sobre o qual você esta concentrado se transforma, e limita o seu mundo.
Você fica alheio, imperceptível ao resto do mundo.

Por isso, muitas vezes, os cientistas são retratados como pessoas distraídas, como se vivessem no “mundo da lua”. As pessoas que se concentram demais realmente tendem a se tornar distraídas de tudo aquilo que não for o que elas buscam.
Elas não sabem como se tornar e permanecer abertas para o resto do mundo. O seu universo se restringe ao seu questionamento. Tornam-se unidirecionados e sua mente se estreita.
Uma mente estreita tem uma utilidade, ela se torna mais penetrante. Assim como alguém que atira com arco e flecha. Ele tem um único foco que é a mira central do alvo.
Quanto maior concentração maior a probabilidade de acertar. Ele pode acertar exatamente no alvo, mais perde todo o mundo, o universo que existe ao seu redor.
Nossos problemas não podem ser vistos como um arqueiro enxerga seu alvo.
Caso você se comporte assim estará perdendo todo um universo que acontece a todo instante.
Talvez seu “alvo” não esteja aonde você mira seu foco. Talvez seu alvo esteja exatamente fora da sua zona de concentração. E por estar tão concentrado você não consiga acerta-lo. Para acertar o seu alvo, talvez você tenha que deixar a sua concentração e mira, e tenha que olhar em volta. Olhar o que ainda não viu. Considerar aquilo que esta fora.
Seu alvo, sua concentração em um único ponto certeiro, exclui toda uma vida que acontece ao seu redor.
Por isso muitas vezes a solução do problema, a sua resposta só aparece quando você relaxa, desconcentra e relaxa.
A rigidez da concentração, da obsessão faz com que você se torne rígido, e na rigidez nada penetra, nada tem acesso. Enquanto no relaxamento tudo se abre, permitindo assim que as respostas e soluções “venham” para você.

Texto: Valéria Lemos Palazzo

quinta-feira, novembro 08, 2007

CHEIA DE QUERERES MUNDANOS


Quero o calor das mãos naquelas tardes que não se perderão, quero aquele pezinho roçando na cama, quero o tempo, as manhãs e as noites, os primeiros dias sem serem os últimos, quero dias apenas, não dias marcados com gosto de adeus.

Eu quero novos dias, eu quero tudo de novo, tudo de novo, tudo de novo.

Vamos nós, eu jamais poderia imaginar.

Não sei mais nada, não penso nem quero pensar.

Vamos cometer o que sabemos de melhor e que seja o que o nosso desvario nos permitir.

Que seja, apenas.

Que seja qualquer coisa que não seja adeus.

sábado, outubro 27, 2007


HORA DA COLHEITA NO MEU POMAR...

sexta-feira, outubro 26, 2007

NÃO SEJA MORNO



Há uma frase que é sempre proferida, quando em determinadas circunstancias deseja-se cobrar de alguém uma postura direta, uma posição explicita ou até, uma atitude clara: Deus vomitará os mortos! Essa ameaça também serve para amedrontar aqueles que seguem pela vida afora sem nunca aproximar-se minimamente dos extremos, ficando sempre no ansiado ou proclamado como seguro “caminho do meio”.
Deus vomitara os mortos! Esta lá no apocalipse (ultimo livro da Bíblia): “Conheço tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca”. Essa admoestação colide frontalmente com um dos pilares da moral greco-romana desde a antiguidade e que impregna com intensidade a moral do cotidiano: a virtude esta no meio.
O que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da mediocridade. Em nome da sobriedade, da prudência e do comedimento, o maximo que se tem em muitas situações é a mornidade mediana, regrada e constantemente refreada.
Nesse sentido, para não ser morno, é preciso ser radical. Cuidado! Em nosso vocabulário usual é feita uma oportunista confusão entre radical e sectário. Radical é aquele que etimologicamente se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas. Radical é alguém que procura solidez nas posturas e deccões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres. Por sua vez, o sectário é o que é parcial, intransigente, faccioso, ou seja, aquele que não é capaz de romper com seus próprios contornos e dirigir o olhar para outras possibilidades.
É preciso ter limites, mas estará o limite exatamente no meio? Não é necessário ir até os extremos, mas é essencial não ficar restrito ao confortável e letárgico centro, muitas vezes o centro pode ficar anódino, inodoro, insípido e incolor.
A sabedoria para equilibrar essas inquietações pode ser encontrada na reflexão feita no século 5 AC pelo fisosifo chinês Confúcio:
“Eu sei por que motivo o meio-termo não é seguido: o homem inteligente ultrapassa-o, e o imbecil fica aquém”.
Este texto foi escrito por Mario Sergio Cortella. Mas a mesma frase “seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito” é citada no seguinte trecho do discurso proferido por Nizan Guanaes na formatura dos alunos de comunicação de uma faculdade de São Paulo:
“É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.”