sexta-feira, junho 30, 2006

No creo en las brujas, pero que las hay, las hay...



No creo en las brujas, pero que las hay, las hay...




NÃO FAÇAS CHORAR UMA MULHER



NÃO FAÇAS CHORAR UMA MULHER...
"Não faças chorar uma mulher, pois Deus conta todas as suas lágrimas. A mulher fez-se da costela do homem, não dos pés para ser espezinhada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e perto do coração para ser amada."

Talmude

A VERDADE E A PARÁBOLA

A VERDADE E A PARÁBOLA

Perguntaram uma vez ao Dubner Maggid: “Porque razão têm as parábolas um efeito tão grande nas pessoas?” Ao que o pregador respondeu: “Posso explicar contando uma parábola.”E foi esta a parábola que contou;Há muitos, muitos anos, a Verdade caminhava pelas ruas, nua como no dia em que nasceu. O povo recusava deixa-la entrar nas suas casas naquele estado. Qualquer pessoa com quem ela se cruzasse fugia a sete pés. Vagueava a Verdade com grande tristeza quando um dia se cruzou com a Parábola, que se vestia com roupas de esplêndidas cores. A Parábola perguntou-lhe: “Diz-me amiga, o que te faz andar tão triste?” Ao que a Verdade respondeu: “É terrível, minha irmã. Sou muito velha e por isso ninguém me liga.”“Não é por causa da tua idade que as gentes não gostam de ti. Eu também sou velha, mas quantos mais anos passam mais as pessoas me apreciam. Deixa-me dizer-te um segredo: o povo gosta de adornos e encobrimento. Vou emprestar-te algumas das minhas roupas e verás como o povo também vai gostar de ti.”E assim foi. A Verdade seguiu o conselho e vestiu as roupas da Parábola. Desde esse dia, a Verdade e a Parábola passaram a andar sempre juntas e o povo gosta das duas.
Rabino Yakov Krantz (1740-1804), conhecido como “o Pregador de Dubno” (Dubner Maggid), Ucrânia.in Jewish Preaching 1200-1800, Marc Saperstein, Yale University Press, 1989.

domingo, junho 04, 2006

Existe aquele que "diz" ser amigo, embora não haja desta forma.
Para tal "espécime" humano, as seguintes frases:

"Um amigo insincero e mau é mais temível que um animal selvagem; a fera pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo pode lhe ferir a mente. "
Sakyamuni


"O Homem é o único animal que pode permanecer, em termos amigáveis, ao lado das vitimas que pretende engolir, antes de engoli-las."
S. Butler

PROCURA-SE UM AMIGO

PROCURA-SE UM AMIGO
Vinicios de Moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja se primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grande chuvas e das recordações de infâcia.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amnigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

quinta-feira, junho 01, 2006

MEDO



O MEDO

Texto: Valéria Lemos Palazzo


A vida “É”, conforme se “vê”. William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”.
As situações, as pessoas, e as palavras, não “São”. Ao contrário, dependem de quem as vê. Dependem de você.
Ao olhar com medo, olhos medrosos “seguram”, porque são resistentes, eles inibem. Assim como uma cãibra, paralisam nossos gestos e sobrepõem nossas atitudes. Aumentam nossas inseguranças.
O medo é uma idéia “negativa” “alimentamos” como se fosse algo que prevenisse que o “pior” aconteça.
Medo não é precaução. Precaução é ter cuidados.
Olhos precavidos se “movimentam”. Tem “cuidado”, mas seguem em frente. Olhos de medo não. Eles seguram e reprimem, fazem com que fiquemos parados, paralisados.
Olhos de medo nos transformam em presidiários da insegurança, andando por toda a parte acorrentados, atados aos limites que eles nos impõem. Olhos seguros nos deixam livres, para passear sobre as coisas e as pessoas, nos integram a vida, e nos dão prazer.

Sempre ajustamos nossas ações e atitudes baseados naquilo que enxergamos. Sem atitudes a vida não “caminha”. Atitudes não existem no medo; por isso ele é cruel.
Um pássaro, que por medo dos predadores, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe na vida de um pássaro: a capacidade de voar.

Você diz que não tem medo, mas sim preocupação. Mas toda preocupação é um olhar medroso “disfarçado”. Porque ter cautela é uma coisa; a cautela é baseada em situações reais que vivemos no passado. Se você passou por alguma situação desagradável, na próxima vez, terá mais cuidados, que são a cautela. Mas medo não é cautela.
Teu medo não te protege de nada.
A gente fala: “ver para crer”. É verdade, os olhos confiantes são aqueles que se baseiam apenas no real. Não sofrem por antecipação.
Olhos medrosos acreditam sem ver, basta a idéia do que pode “vir a” acontecer para fazer com que você acione as suas defesas e se segure. Você fica até com raiva, não se conforma, mas não adianta; porque só um seu “lado quer”, o da vontade, do desejo. O outro, do medo, não.
O seu lado que “quer”, não consegue avançar sozinho, porque o outro, quer defender de algo, que para você é terrível. O que está “por trás” daquilo que você teme, o “terrível”, te segura.
Muitas vezes existe o medo do desconhecido e da mudança.
Mesmo o teu medo de “mudanças” não garante que tudo ficará como está. Tudo no mundo está, e sempre estará se transformando: Basta observar um grupo de amigos: Aquele amará aquela, aqueles se separarão, uns irão para longe, outros irão morrer de repente, uns vão ficar inimigos. Um trairá, outro fracassará. E de outro ninguém mais ouvirá falar...
Tudo se movimentando, mesmo que você tenha a ilusão de garantir que tudo fique como está, segurando-se no seu próprio olhar de medo.

Para vencer os medos tem que se “ir atrás deles”. Ficar ao nosso favor, não deixando os medos, nem as idéias catastróficas nos segurarem. Quando nos “garantimos” através da confiança, “vamos”...
No pior garantimos que nos daremos o melhor? Se é que esse “pior” acontecerá...
Se acontecer o que você teme,quando resolver “seguir em frente”, se os seus “medos” se realizarem, você “se apoiará”?
O que você fará por si?
Se “jogará” num canto, cairá em depressão, reclamará, sentirá raiva da vida e dos outros, ou pena de si mesmo?
Ou se garantirá, e se “levantará”. Assumindo o que deu “errado”, começando de novo, e fazendo o melhor por si?
Essa atitude faz toda a diferença, porque é ela que “dá a segurança”, a certeza que você pode “seguir em frente”. Não sem medo, mas apesar dele.
Pense em tudo na sua vida que poderia ter sido e não é por causa do seu medo?
Você já pensou que ele pode ser aquilo que te separa daquilo que você mais deseja?
Será que você olha o mundo, olha as coisas e não faz nada?
Como observou Rubem Alves:
“Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama”.