terça-feira, maio 13, 2008

CONFIANÇA E DESCONFIANÇA



CONFIANÇA E DESCONFIANÇA

Texto: Valéria Lemos Palazzo



Tudo na sua vida está relacionado com o que você pensa. Quer dizer que o observador: você é quem vai dar significado as coisas, pessoas e ou situações. Nada “é”. Você, o observador, é quem vai dar significado ao “outro”, ao observado. Vamos imaginar um observador que não confie que não tenha confiança, que sempre tenha duvidas. TUDO, absolutamente TUDO, na vida dele, vai ser “visto com seus olhos”, vai ter esse significado. Uma vez que você esteja convencida que não pode confiar, vai ignorar e distorcer as informações que contradizem esta conclusão, esta crença. Ignorar informações que não se encaixem nas nossas crenças é algo que podemos aprender a mudar. Você pode aprender a perceber informações positivas a respeita da sua capacidade, e, isto pode ser o começo de uma mudança maravilhosa. Na verdade, não exista quem não tenha confiança. O problema é onde você está colocando a sua confiança. Na verdade não é que você não confie, mas a confiança no negativo, no “dar errado”, na perda, no mal, no ruim. Se você não confiasse em nada, não teria tanto problema, porque não pensaria no “ruim”, no negativo.
Talvez você não perceba que isso acontece, mas agora você vai começar a perceber onde tem essa desconfiança. Você vai perceber que existe um “padrão negativo”. E, é esse padrão negativo que mostra que por trás da falta de confiança existe uma falta de autoconfiança. Imagine: Se você acredita que as pessoas podem vir a não gostar de algo que você faz, sente ou é. Todas essas idéias só podem estar ligadas em... VOCÊ. Toda essa historia de confiar ou não confiar, não tem nada haver com os outros. NADA. Só tem haver com você, e, com aquilo que você pensa de si mesmo. Se dependesse dos outros, você já teria,e já teve, varias oportunidades para se convencer do contrario. Mas, o que os outros pensam não tem importância nenhuma, percebe? Nem o que eles pensam, nem ao menos aquilo que você já passou viveu, consegue te convencer.
Vamos imaginar uma pessoa que tem medo de andar de bicicleta, ela não confia, não quer tirar as “rodinhas” de trás da bicicleta porque tem medo de cair, não tem confiança em si mesma. Um dia ela tira as rodinhas da bicicleta, consegue andar, sem cair, e aí vai se convencer de que tem capacidade de andar de bicicleta. A partir desse dia, ela não vai mais se ver como alguém que é incapaz de andar de bicicleta e com isso vai adquirir auto confiança. Você acharia absurdo se essa pessoa após tirar as rodinhas, e andar vários meses de bicicleta (sem as rodinhas) continuasse insegura, e te dissesse que tem medo e cair a qualquer momento, que não tem confiança em si mesma. Provavelmente, você diria e ela: “Mas como você ainda não tem autoconfiança, ainda tem medo e cair, se você já anda há tanto tempo (e bem) sem as rodinhas?” “Você não confia na sua capacidade; não confia em você?”. Pois é, para nós parece simples que a experiência que temos mude a o nosso ponto de vista, a maneira como enxergamos determinada situação. Parece que a experiência seria suficiente, porque é real, para mudar um padrão de pensamento que muitas vezes é baseado apenas na nossa imaginação. Mais isso não acontece, porque nos baseamos mais nas nossas emoções (o que você observador acredita) do que na realidade, na verdade. As emoções são reações subjetivas, que vem do significado que damos aos acontecimentos. Você pode “enxergar” uma situação como boa, má ou neutra. Tudo o que você pensa vem da sua avaliação das situações e/ou pessoas, e da sua expectativa quanto ao que vai acontecer. Uma pessoa com confiança terá uma reação emocional de acordo com a previsibilidade da situação. Ex: Se eu sei que sei, andar de bicicleta, porque consegui andar varias vezes, sem rodinhas e, sem cair. Eu me sinto com confiança para andar de bicicleta, e, posso agir (no caso andar de bicicleta) com tranqüilidade e segurança. Porque é previsível, baseado na minha emoção de segurança que vou conseguir andar, e não vou cair. A minha emoção de segurança e de falta de medo, vai fazer com que eu me prepare para agir naquela situação com tranqüilidade, eu vou andar de bicicleta (como se deve) com tranqüilidade, aproveitando o passeio, tendo prazer nessa atividade. Se, eu tenho um pensamento de falta de confiança em mim, não irá importar quantas vezes eu já andei de bicicleta, sem rodinhas, e, sem cair. Eu vou ter uma emoção de falta de confiança, não vou confiar que posso andar sem cair, vou ficar “esperando”, cair de uma hora para outra (“posso cair a qualquer momento”) daí, você vai ter uma ação (comportamento) de medo, vai andar de bicicleta com o corpo rígido, não vai aproveitar o passeio como deveria e poderia, vai estar constantemente tensa, pode ter dor nas costas, etc...
Todas essas emoções vão afetar todas as áreas da suas vida (em graus diferentes). O medo é uma emoção que esta presente em varias emoções negativas. Geralmente, também existe uma ameaça de perda por trás de qualquer sentimento negativo. A raiva, muitas vezes é o medo de uma ameaça física ou a auto-estima. Ciúme é o medo de não termos tudo que merecemos ou de vamos perder a outra pessoa para alguém. Vergonha é o medo de ser ridicularizado. Depressão é o medo de que já não valemos nada. Essas emoções negativas, como a falta de confiança, aparecem como causa racionais e lógicas, embora não sejam.
Então, vamos começar a pensar em quantas situações da sua vida você tem falta de confiança. Lembre que muitas coisas parecem como falta de confiança nos outros, no externo, mas, sempre, são falta de confiança em nós.
Pense que aonde existe falta de confiança existe um medo. Lembre que do outro lado do medo está à liberdade. A pessoa muda quando a dor de continuar igual é maior que a dor da mudança. Para mudar, imagine a dor que você sentirá lá na frente se continuar tudo como esta agora.