sábado, setembro 30, 2006

LIBERDADE



LIBERDADE
Você é livre?
Quando pensamos nessa pergunta podemos nos remeter a várias situações que nos darão diferentes respostas: ser livre é poder se sustentar financeiramente, e não depender de ninguém; ou ter mais de 18 ou de 21 anos, e poder fazer o que “quiser”; ou ser solteiro; viver em uma democracia, etc... Todas estas respostas, porem, estão relacionando a liberdade a uma condição física e/ou material. E, nunca, mental. Porem a “verdadeira” liberdade é um estado mental interior. O “sentimento de”; “a postura de”.
Você pode ser uma pessoa livre. Embora, frequentemente não se sinta assim; porque fisicamente, você pode até ter a liberdade de “ir e vir”. Porem, mentalmente, você tem uma serie de idéias de limite, prisão e pequenez; que te restringem. Potencialmente você poderia estar livre agora. Mas, isto envolveria “escolher” outros modos de “ver” e “ler” a vida. Por isso você precisa aprender a dominar as suas idéias/crenças, ou elas te dominarão. A pessoa “livre” é aquela que tem “poder de si”. E, quanto mais poder você tem sobre si mesmo, menos dominável (dominado não é “livre”) você será.
Perceba como agora, a sua “cabeça” te domina. Como o “de fora” te afeta. Somos um “reflexo” do exterior, ao invés de “refletimos” a nós mesmos.
O homem tem meios extraordinários de escolha sobre a própria vida. Você é uma individualidade, e por isso, precisa procurar o que “funciona” para você. Quando se fala em maturidade, estamos falando do processo de depuração dos seus potenciais e condições exteriores.
Você “cultiva” uma serie de “práticas mentais” que só te aprisionam. Uma delas é a “preocupação”, você “cultiva” preocupação, como sendo algo útil. E, confunde preocupação com responsabilidade. Você se pré-ocupa, o que quer dizer que se “ocupa” de algo que ainda nem aconteceu. E, talvez nem venha a acontecer.
Este comportamento leva a uma ansiedade constante e torturante. Você também “produz” preocupações, quando por exemplo, “vê” problema em tudo.
Tudo é problema e dificuldade. Muitas vezes, quando você vai dormir,a ultima coisa que faz, é se “despedir do seu problema”; e, a primeira ao acordar, é dar “bom dia para ele”. Você não “vive” sem um problema. Você escolhe sempre olhar pelo “pior ângulo” E, com esta atitude você não cria “facilidades” para si mesmo, fica descontente com você, com a vida, e com os outros. Você só “perde”. Não percebe que este comportamento só te faz sofrer. Não percebe que pode “olhar” por outro ângulo, não “articula”, não “flexiona”. Adota uma “visão rígida”. E, por isso você não é livre. Não adianta ter liberdade, se você não a exercer. E, para exercer esta liberdade você não depende de ninguém, não precisa pedir “permissão”. É você que pode escolher ver as coisas por um ângulo que será melhor para você. E você não só pode fazer isso; como deve. Escolha um outro modo de ver, que te de alegria, que te deixe mais feliz. Se mudar isso vai ter um resultado melhor na vida. A melhora da sua vida está nas suas mãos.
Mas, para isso você precisa “mudar”. E, talvez você tenha uma dificuldade em aceitar as mudanças. Para que mudar? Pode estar tudo muito “ruim” e sofrido. Mas, ao “menos” esse “ruim”, você já conhece. Mudar “de repente” nem pensar... Sem “prévias”, não! Você precisa ser “preparado” para as mudanças. Você não aceita mudanças em você, e, muito menos nos outros. Você é um resistente. Mas, mesmo que você não “aceite”. TUDO ESTA MUDANDO.
Nada é como foi. Nada do seu passado conta. Tudo já “desapareceu”. Você não é mais o mesmo; “desapareceu”. Você tem a sensação de ser o mesmo, mas, muita coisa já mudou. Agora mesmo, você já é uma pessoa “diferente” daquela que começou a ler este texto. Células do seu corpo já se “trocaram”; “pedaços mortos” da sua pele já se desprenderam. NADA, nem no seu corpo, nem na sua mente, nem mesmo o seu “estado de espírito” esta igual. TUDO JÁ MUDOU. Mas, na sua “cabeça” você “inventa” que não. E diz: “Ainda sou o mesmo”. Você pode estar preso a um passado. Mas, nada daquele passado, nem você, é mais o mesmo agora. Tudo mudou, mas você não quer dizer “adeus”. E, até é capaz de dizer: “Porque fui no passado, serei sempre”. “Se cometi um erro, serei aquele que fez o erro”. Por isso você não se “perdoa”. Por isso você leva “marcas” com você. Ou, se foi algo que fizeram com você, aquilo fica mais tempo ainda. Você “põe” para si, o que o “outro” fez. Mas, tudo isso, não existe mais. Você cria essa realidade para você.
Você se “prende”.
Ninguém te “prende”.
A vida sempre se renova, mas você se prende na ilusão de estar “parado” e não acompanha as mudanças. Isto é falta de “percepção”. É um “desarranjo” sofrido, que causa uma sensação de tédio da vida.
Você fica “amortecido” para a vida. E viver “amortecido”, é viver “como morto”.
Mas, todos estes sentimentos são resultado das suas crenças (sua maneira de “ver”). Se você se permitir “ver” diferente, tudo muda.
Mudar, se renovar, não é trocar a cor do cabelo, mudar de casa, fazer uma plástica, ou alterar o seu estado civil. Todas estas mudanças podem “melhorar” a sua vida, em termos, mas você pode continuar “igual”. Mudar é se transformar internamente, “ver” diferente, e, portanto, reagir diferente.
Vamos parar esta primeira parte do texto aqui. Porque eu gostaria que você pensasse um pouco na sua liberdade.
Que liberdade você está ou não se dando?
Texto: Valéria Lemos Palazzo

sábado, setembro 02, 2006

AMORES, MEMÓRIAS E PEIXINHOS DOURADOS


AMORES, MEMÓRIAS E PEIXINHOS DOURADOS

Texto: Valéria Lemos Palazzo


“A memória de um peixinho dourado dura só três segundos. Então, depois de uma volta pelo aquário, tudo é novidade. Cada vez que dois peixinhos se vêem, é como se fosse à primeira vez”. Citação do Filme “The Goldfish Memories”


Três segundos é o tempo que dura à memória de um peixinho dourado de aquário como se fosse um HD virtual de alta rotatividade. Já a nossa pode ser comparada a um HD de altíssima capacidade. Fazendo com que nos lembremos até das primeiras lembranças da infância.
São essas memórias que fazem de nos o que somos. Tanto que “perder a memória”, é perder-se de si mesmo.
São minhas memórias que fazem de mim quem sou.
Porem diante dos nossos afetos e amores, nossa memória tem a capacidade, embora nem todas a usem, de ser muito semelhante aquela do peixinho dourado; que acaba servindo de metáfora para os vários encontros e desencontros, perdas e ganhos que vamos tendo pela vida.
Cada vez que nos apaixonamos é como se fosse à primeira vez, como se as boas e – por que não? – más lembranças de um antigo amor pudessem ser cicatrizadas e esquecidas rapidamente. Um amor desencontrado pode ter vida longa ou curta, porem geralmente vive em nos somente até que outro apareça e rapidamente o desaloje do nosso coração.
Daí o sábio e popular conselho: “Para esquecer um amor nada melhor do que um novo amor”.
Diante do novo alguns terão uma memória de peixinho dourado, para este tudo será novidade.
Para outros porem, um antigo amor se transforma em deserto na geografia da memória. Algo tão árido e difícil de ser superado que muitos têm como sonho realizar tratamento semelhante ao do filme “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, onde as memórias do amor são subitamente apagadas da memória.
Afinal quem já não quis esquecer alguém do dia para noite?
Então podemos ser como os peixes dourados: e cada novo relacionamento será tão intenso quanto o anterior.
Mas será que deixamos tudo para trás com tanta rapidez assim? Algumas paixões nunca são esquecidas, por mais voltas que insistamos em dar pelo aquário.
E mesmo encontrando novos peixes sempre existirão aqueles que serão eternamente mais dourados que os outros. Talvez mesmo o que os torne assim seja a ausência, já que agora nadam por outros aquários. E justamente é a distância, a "não presença", que torna mais dourados estes peixes, que mesmo por breves momentos ocuparam nosso aquario e nadaram por nossas aguas.